Se você costuma esquecer de escovar os dentes, há maior risco de ter problemas como cáries e gengivites
O chef Erick Jacquin fez uma revelação durante participação no podcast Flow (26), “eu não tomo banho e eu não escovo o dentes”, disse.
“Eu não escovo o dente nunca. Não gosto. Eu não ‘fede’ na boca. Meus dentes são bonitos e inteiros. Um pouquinho marrom porque faz tempo que não faço limpeza”, disse o Masterchef.
Sendo verdade ou não, é importante reforçar que a higiene bucal não é brincadeira. Escovar os dentes é fundamental para evitar diversas doenças na boca das mais “simples” até situações mais graves.
Aliás, há quem tenha perdido todos os dentes por não ter tido condições financeiras de comprar uma escova na infância.
Por que você deve escovar os dentes
Se você costuma esquecer de escovar os dentes, há maior risco de ter problemas como cáries e gengivites. Quando deixamos de higienizar os dentes, inicia-se um processo de perda de mineral deles.
Se a falta da escovação se tornar mais frequente, a desmineralização da estrutura dos dentes também será rotineira, o que pode resultar no aparecimento de cárie. Aliás, o mesmo pode acontecer em relação às doenças gengivais.
Pular escovações esporadicamente leva a uma reação inflamatória nos tecidos da gengiva, que não pode ser vista a olho nu.
Porém, se esse ato ocorrer com frequência, ou não houver uma higienização adequada da boca, a placa bacteriana permanecerá depositada na região por muito tempo, o que aumenta a probabilidade de ela vir a causar doenças.
Além disso, a placa acumulada pode se transformar em tártaro, que se adere ao dente de tal forma que não é removido pela escovação. Caso isso aconteça, será necessária a intervenção de um tratamento odontológico.
Ficar sem escovar os dentes antes de dormir é ainda pior
Isso porque as bactérias da boca se alimentam do que nós comemos e ainda armazenam parte desses alimentos para usar em um futuro bem próximo, no caso, a madrugada.
Quando o corpo está em repouso, o metabolismo diminui, assim como a ação de todas as glândulas, inclusive as salivares, que reduzem a produção de saliva para a boca.
Esse fato facilita o trabalho das bactérias, que ficam bem mais à vontade para metabolizar os açúcares e os carboidratos que armazenaram durante o dia, o que pode levar ao desenvolvimento de cáries e gengivites.
O que acontece é que a saliva possui mecanismos de defesa importantes que neutralizam o nível de ácidos na cavidade oral e diluem toxinas produzidas por bactérias.
Para evitar essas doenças, além de não pular jamais a higienização bucal à noite, esse horário também requer uma atenção especial na escovação. De acordo com a Associação Americana de Odontologia, o recomendado é:
- Escovar os dentes por dois minutos, esse tempo leva a uma maior redução da placa bacteriana na comparação com quem higieniza a boca por um minuto;
- Escovar os dentes pelo menos duas vezes ao dia, com um creme dental fluoretado;
- Usar o fio dental pelo menos uma vez por dia, de preferência antes de dormir;
- Não esquecer de fazer visitar frequentes ao dentista para evitar essas e outras doenças.
Falta de higiene na boca pode prejudicar até o coração
Na boca, por exemplo, há milhares de bactérias e micro-organismos que, a partir dessa “porta de entrada”, podem percorrer o corpo todo, pela corrente sanguínea.
Elas vivem em harmonia conosco, mas problemas bucais podem acabar com esse equilíbrio e fazer com que bactérias orais causem infecções ou até graves doenças em diferentes órgãos, como o coração.
Aliás, as doenças cardiovasculares estão associadas às periodontais (gengivite, periodontite) , como mostrou um estudo britânico recente.
Há dois tipos de problemas mais comuns que as bactérias bucais podem ocasionar no coração: o mais clássico é a endocardite, uma infecção das válvulas de dentro do músculo cardíaco considerada gravíssima.
O segundo problema é a formação de placas nas artérias coronárias. Assim, as bactérias que circulam pela corrente sanguínea podem chegar até as artérias, que irrigam o músculo do coração, atacá-las e causar uma inflamação. Pacientes com insuficiência cardíaca também podem ter o quadro agravado devido à bacteromia (ataque de bactérias).
“Hoje, estima-se que a vinculação entre alteração bucal e doença cardíaca é de cerca de 45%, então é uma conexão bastante forte e, em última análise, existe uma correlação entre a péssima saúde bucal e infarto.” Marcelo Sampaio, cardiologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, em entrevista.
Fonte: Uol