Atualmente, a Inteligência artificial está resolvendo a maioria dos problemas no trabalho, tomando o lugar de bons profissionais de liderança, desse modo, confira se você está pronto para liderar nos tempos de IA
Nos últimos meses, tenho ocupado cada vez mais palcos vazios em eventos, onde sou convidada para falar sobre inteligência artificial, futuro do trabalho e liderança. Apesar da audiência, as discussões são vazias de pensamentos, que só se abrem quando paramos para realmente refletir sobre onde está a nossa voz em um mundo onde as máquinas já falam, escrevem e, em muitos casos, decidem. Ao decorrer do texto, descubra se você está pronto para liderar em tempos que a IA está no comando de quase tudo.
Assumir esse lugar como palestrante tem me provocado mais do que eu esperava. É um espaço onde escuto, estudo, conecto conceitos e reencontro a potência da dúvida. Tem sido uma jornada de descoberta — sobre mim, sobre as organizações e sobre o que realmente significa liderar em tempos de IA.
Participei recentemente de uma experiência transformadora: Fui convidada para uma conferência, media uma roda de conversa e subi ao palco para apresentar minha própria palestra. No processo de pesquisa para construir esse conteúdo, esbarrei no conceito de “líder algorítmico“, desenvolvido por Mike Walsh. E ali, algo clicou.
Walsh defende que “toda empresa é uma empresa algorítmica, quer ela saiba ou não”. Mais do que uma frase de efeito, é uma constatação incômoda: não estamos mais lidando apenas com ferramentas, mas com uma nova lógica operando silenciosamente no centro das decisões. O líder algorítmico é aquele que entende esse funcionamento, não para controlá-lo, mas para desenhar sistemas inteligentes que distribuam poder, compartilhem decisões e integrem seres humanos e máquinas com responsabilidade.
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Essa visão se conecta com a proposta de Huang & Rust sobre a arquitetura da IA: um modelo em quatro camadas (tarefas, estrutura, governança e estratégia) que desafia empresas a se reinventarem não apenas tecnologicamente, mas culturalmente. E também com autores como Linda Hill, da Harvard Business School, que vê na colaboração e na cocriação as únicas vias possíveis para inovação real.
Essas referências me atravessaram de forma muito pessoal. Entre leituras, anotações e conversas, fui confrontada com uma pergunta inevitável: que tipo de líder estou me tornando? E mais — como posso ajudar outras pessoas a se localizarem nesse mapa em mutação?
Foi dessa inquietação que nasceu um modelo que venho desenvolvendo e testando: a Pirâmide da Liderança na Era da IA. A consciência ética julga o que devemos fazer. Mesmo quando a máquina já sabe o que pode fazer. No meio, a fluência tecnológica: não para ser especialista, mas para entender o suficiente e fazer as perguntas certas. E na base, a alfabetização cultural: a capacidade de ler o mundo, seus contextos e suas complexidades — porque nenhum algoritmo é melhor do que os dados que o alimentam.
Esse modelo tem me ajudado a organizar pensamentos e provocar diálogos. E é isso que quero propor a quem me lê: que tal fazer um exercício de autoanálise? Em que camada da pirâmide você sente que está mais confortável? E qual delas está te pedindo mais atenção?
Em conclusão, liderar com, para e apesar da IA exige mais do que novas habilidades. Exige nova cultura. O desafio não é apenas técnico, é sobretudo humano. E isso me anima. Porque mesmo em um mundo em que algoritmos fazem cada vez mais — decidir, prever, personalizar — ainda cabe a nós a tarefa mais importante: transformar.
Fonte: forbes