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Na reta final, Bolsonaro diminuiu as motociatas e focou em fazer alianças pelo Brasil, reunir governadores, prefeitos e vereadores. Já Lula se prepara para não se perder emocionalmente no debate.

Debate: Veja as estratégias de Lula e Bolsonaro na reta final de campanha

Entre os principais compromissos da semana está o debate da TV Globo, às 21h30 desta sexta-feira (28)

Na reta final da campanha do segundo turno das eleições, os candidatos à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) deram prioridade ao Sudeste, onde estiveram com apoiadores. Entre os principais compromissos da semana está o debate da TV Globo, às 21h30 desta sexta-feira (28).

Na quinta-feira (27), dia em que comemorou seu aniversário de 77 anos, o petista concedeu entrevista à rádio Rede Clube FM e defendeu um ministro da Economia que saiba equilibrar “responsabilidade fiscal” com “responsabilidade social”. Aliás, nos dois últimos dias, Lula reduziu sua agenda para se preparar para o debate, segundo sua assessoria.

Na segunda-feira (24), ele participou de um ato “em defesa da democracia e do Brasil”, em São Paulo. Na terça, deu entrevista à rede Novabrasil FM e participou da live Brasil do Futuro. E na quarta, falou com a rádio Mix de Manaus.

No entanto, Bolsonaro fez na quinta-feira (27) uma carreata de Belford Roxo a São João do Meriti, na Baixada Fluminense. E um comício em Campo Grande, na zona oeste do Rio de Janeiro.

Aliás, na segunda-feira (24), ele se reuniu com lideranças do setor industrial no Palácio da Alvorada. Na terça, esteve na Bahia, onde realizou um comício em Barreiras, um polo do agronegócio. No dia seguinte, esteve no interior de Minas Gerais.

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A última semana de campanha começou com turbulência para o QG bolsonarista por causa do episódio no domingo (23) envolvendo o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB), considerado aliado do presidente. Ele resistiu a uma ordem de prisão expedida pelo Superior Tribunal Federal (STF) e disparou tiros e granadas contra agentes da Polícia Federal.

O ministro da Justiça, Anderson Torres, foi designado por Bolsonaro para acompanhar o caso. No mesmo dia, o presidente gravou um vídeo, publicado em suas redes sociais, procurando afastar sua imagem da de Jefferson.

Bolsonaro disse que “o tratamento dispensado a quem atira em policiais é o de bandido” e prestou solidariedade aos agentes feridos. A campanha de Lula, ao mesmo tempo, passou a divulgar nas redes um vídeo evidenciando a ligação entre Bolsonaro e o ex-deputado.

O episódio desencadeou um “cabo de guerra” entre as campanhas. De um lado, a de Bolsonaro tentou diluir os efeitos ruins do caso; de outro, a campanha de Lula buscou explorar o episódio em favor do ex-presidente.

Na campanha de Bolsonaro, a equipe do presidente repudiou de imediato a atitude de Jefferson e considerou que o ex-deputado perdeu toda a razão diante das decisões de Moraes porque se comportou como “bandido”, segundo relatos de integrantes.

Além disso, para o debate da Globo, Lula teve a orientação de manter o foco nas propostas de governo. Especialmente aquelas voltadas para a classe média e para a população de baixa renda.

Já o presidente teve a orientação de manter uma postura “calma” e, além de explorar a temática da corrupção para incomodar o adversário. Assim, deve aproveitar o momento para exaltar ações do governo.

As avaliações das campanhas

Na campanha de Lula, a avaliação é que o erro foi a pulverização dos temas, com muitas discussões, desencadeando um atraso na reação e tratamento de alguns assuntos. A carta aos evangélicos foi um exemplo disso. Discutida durante cerca de três semanas, mas divulgada apenas no dia 19 de outubro.

Por outro lado, falar “sobre o Brasil real” foi considerado um acerto, tratando de assuntos como fome, perda de poder aquisitivo, necessidade de aumento do salário mínimo e renegociação de dívidas. Portanto, para a campanha, são assuntos que tocam o brasileiro médio que trabalha ou que está desempregado.

A equipe de Bolsonaro, por outro lado, avalia que o principal erro foi não ter conseguido dialogar com a população mais carente, o que passou a ser o foco no segundo turno.

Assim, o acerto foi conseguir manter o contato direto com os eleitores, através das lives. Além da conquista de apoio de parlamentares de direita, que foram incorporados à campanha. Cobrindo localidades nas quais Bolsonaro não conseguia estar presente.

Na reta final, Bolsonaro diminuiu as motociatas e focou em fazer alianças pelo Brasil, reunir governadores, prefeitos e vereadores, que foi algo que Lula fez no primeiro turno.

Fontes: cnn, yahoo