Até 2027, a expectativa é que pelos menos 23% dos atuais postos de trabalho se modifiquem
Uma pesquisa realizada com dados reunidos em 45 países indicou profissões que mais crescem e que vão oferecer mais oportunidades nos próximos quatro anos, e também as ocupações que tendem a desaparecer.
Sendo assim, o avanço da tecnologia e a preocupação com o meio ambiente já são responsáveis por mudanças profundas no mercado de trabalho.
O relatório do Fórum Econômico Mundial, em parceria com a Fundação Dom Cabral, analisou a economia de 45 países, e dados de 803 empresas que, juntas, são responsáveis por mais de 11 milhões de vagas.
Até 2027, a expectativa é que pelos menos 23% dos atuais postos de trabalho se modifiquem. Muitos serão criados, outros vão sofrer alguma transformação. E há aqueles que simplesmente vão desaparecer.
“Muitos deles vão ser substituídos por soluções, por algoritmos que automatizam essas funções, ou por autosserviço que é o caso do caixa do supermercado ou caixa do banco que vai ser substituído por uma máquina e que vai atender bem, atender as necessidades do cliente. Serviço público. Toda a digitalização que o serviço público vem oferecendo, com resultados bastante interessantes em ganhos de eficiência, vão gerar redução de postos de trabalho”, explica o professor associado da Fundação Dom Cabral, Carlos Arruda.
Profissões que devem crescem
A boa notícia é que o estudo aponta caminhos. Entre as profissões com alta demanda nos próximos 4 anos estão especialistas em:
- Inteligência artificial.
- Aprendizagem de máquina – profissionais que criam tecnologia usada, por exemplo, na prevenção de fraudes bancárias e até nos carros autônomos.
- Big data: a análise de uma quantidade muito grande de dados para tomada de decisões, inclusive de forma imediata.
- Segurança da informação – a proteção de computadores e sistemas digitais contra falhas e ataques.
- Pessoas que trabalham com energia renovável, como a solar, também estão nessa lista.
- Com a demanda cada vez maior por alimentos, tudo o que estiver ligado à agricultura segue em alta.
- Nesse mundo com tanta tecnologia, os professores – de cursos técnicos e universitários – são e serão muito importantes.
Você já percebeu que a educação está no centro dessas transformações. Assim, o relatório faz um alerta a governos, empresas e trabalhadores: é preciso investir em formação. É que de um lado, poderá haver falta de profissionais qualificados; e de outro, muita gente desempregada por falta de qualificação.
A estimativa no Brasil é que surjam 13 milhões de novas vagas, enquanto quase 16 milhões entrem em declínio.
“Precisamos requalificar essas pessoas para que elas possam ocupar espaço em outras atividades. Do ponto de vista dos profissionais qualificados, há uma corrida mundial. Vários países vêm até o Brasil buscar e oferecer emprego para os nossos jovens com melhor qualificação, e nós ficamos, então, com as pessoas menos qualificadas”, aponta o professor Carlos Arruda.
Mudança de profissão
Rafael Assiz não teve medo do desafio e mudou o rumo da vida profissional. Ele deixou pra trás 15 anos de atuação na área comercial e está terminando uma especialização em ESG: um conjunto de boas práticas que definem se uma empresa é sustentável, socialmente responsável e se é bem administrada. Ele já está trabalhando na área.
“Quando a gente fala de mudança de carreira, essa transição, o pessoal acha que é só glamour. Dei dois passos para trás em questão de salário e benefícios, mas estou muito feliz com o trabalho que estou realizando. Poder atuar em vários segmentos de indústria e estar contribuindo não só para o aprendizado, mas também para o planeta”, pontua Rafael.