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Há bastante criatividade em Amigos Imaginários (2024), quanto a isso, não há o que reclamar

Veja a crítica do filme Amigos Imaginários

Um filme sobre a preservação da infância, usando gatilhos e registros de memórias como fios condutores emocionais

Se inspirando talvez no fato de suas filhas estarem beirando a pré-adolescência, John Krasinski tenta fazer de Amigos Imaginários (2024) um filme sobre a preservação da infância, usando gatilhos e registros de memórias como fios condutores emocionais. O diretor e roteirista, no entanto, aposta todas suas fichas nisso e falha na missão de encontrar um tom divertido para seu projeto infantojuvenil.

Krasinski tinha uma ideia muito sólida em mente de que tipo de mensagem queria passar com seu novo filme. Por isso, há um bom uso da imagem para contar a história sem apelar para tantos diálogos expositivos.

Há bastante criatividade em Amigos Imaginários (2024), quanto a isso, não há o que reclamar. Todo o conceito e os personagens participam de um universo rico e cheio de potencial.

Falta ao longa, entretendo, uma boa trama. A ideia de mostrar uma garotinha de 12 anos forçada pelo mundo a amadurecer rápido demais, se reconectando com sua infância enquanto ajuda adultos a fazerem o mesmo, é interessante em um primeiro momento. Mas soa muito básica quando usada para construir os problemas que os personagens tem que lidar na história.

O conceito, inclusive, parece brigar constantemente com o tom melancólico do filme. Que combina muito mais com o drama adulto do que com a molecagem da infância.

Esse desajuste de tom acentuado ainda pela trilha sonora assinada por Michael Giacchino (Batman; Divertida Mente), que parece estar a todo tempo tentando forçar o choro.

Drama adulto burocrático

Em certo ponto, pode-se dizer que Krasinski Giacchino são eficientes na ideia de provocar esse tipo de emoção, pois, há batidas emocionais muito fortes no filme. No entanto a forma como eles mantêm a corda esticada o tempo todo é bastante cansativa, e pode desconectar o público da história.

Outro ponto que prejudica a experiência é como toda a trama é fundamentada em um grande plot twist, que é possível ver chegando a quilômetros.

No meio do filme, se torna óbvia qual é a grande revelação final. E toda e qualquer tentativa de despistar o público deixa de funcionar, causando desinteresse.

É evidente que John Krasinski pensou em Amigos Imaginários (2024) como um live-action da Pixar, e sua cabeça estava no lugar certo quando ele buscou um tema relevante para construir seu conceito. O diretor, entretanto, sufoca toda sua criatividade com um drama adulto burocrático que faz do filme algo extremamente chato.
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Fonte: ovicio