Carteiras de trabalho são esquecidas porque as pessoas acreditam que documento físico não tem mais utilidade
A Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de Mato Grosso do Sul (SRTE-MS) divulgou (3) uma nota afirmando que mais de 3 mil carteiras de trabalho foram esquecidas no órgão. O número impressiona. Os Correios encontraram cerca de mil carteiras e as enviaram à superintendência, após pessoas as deixarem em diferentes cidades do Estado. Os titulares emitiram outras duas mil carteiras no local, mas nunca as retiraram.
“Desde a implantação da CTPS digital, muita gente acredita que o documento físico não tem mais utilidade. Mas ele continua sendo fundamental, principalmente quando há falhas no registro digital por parte das empresas”, alerta o superintendente regional do Trabalho, Alexandre Cantero.
Em muitos casos, carteira física comprova vínculos empregatícios
O lançamento da versão digital da Carteira de Trabalho em 2019 trouxe avanços importantes. No entanto, em muitos casos, como em disputas judiciais ou revisões previdenciárias, a carteira física ainda é o único documento que comprova vínculos empregatícios antigos. “Temos documentos aqui há anos. Estão guardados, esperando seus donos, e podem ser fundamentais para garantir direitos como aposentadoria, contagem de tempo de serviço e acesso ao FGTS”, afirma Cantero. A retirada é simples e gratuita. Basta comparecer à SRTE-MS com um documento com foto. Uma rápida consulta indicará se a carteira está no local.
Além disso, quem perdeu a CTPS pode registrar um boletim de ocorrência e solicitar a segunda via, apresentando documentos como RG, CPF e comprovantes de vínculos empregatícios. “Esses documentos ficam guardados por até 100 anos. Nosso compromisso é preservar esse patrimônio profissional dos trabalhadores, mas é importante que cada um faça sua parte e venha resgatar o que é seu por direito”, reforça o superintendente.
A criação da CTPS ocorreu em 1932, durante o governo Getúlio Vargas, e, por isso, se tornou um símbolo da proteção aos direitos dos trabalhadores. Mesmo diante da modernização dos processos e da transformação digital, a versão física da carteira ainda carrega peso legal e histórico. Além disso, ela pode fazer toda a diferença no futuro, pois, apesar das inovações, certos direitos e comprovações ainda dependem do documento impresso. Dessa forma, a CTPS física permanece relevante, mesmo com todos os avanços tecnológicos.
Fonte: SRTE-MS