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Diferentemente dos demais títulos do Tesouro, em que o pagamento é feito de uma vez, o RendA+ remunera o investidor no decorrer do prazo do contrato

Planejamento: Tesouro Nacional lança título para planejamento na aposentadoria

O RendA+ remunera o investidor no decorrer do prazo do contrato, a partir de uma determinada data escolhida para o início dos recebimentos

O Tesouro Nacional começou a negociar na semana passada um novo título do Tesouro Direto: o Tesouro RendA+ , criado com o propósito de facilitar o planejamento para a aposentadoria. O papel tem o valor mínimo R$ 30 para aplicação e possibilita ao investidor receber uma renda mensal por 20 anos após o período de investimento.

Assim como os papéis do tipo Tesouro IPCA, o RendA+ vai pagar um rendimento atrelado à variação da inflação mais uma taxa de juros prefixada. Tornando-se mais uma opção para quem quer ter uma renda extra aos pagamentos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). De forma similar à previdência privada.

Segundo o educador e consultor financeiro Jônatas Bueno, o título é uma boa alternativa para quem tem um perfil mais conservador, está pensando em começar a investir e tem pouca instrução sobre o assunto. “É um instrumento muito simples e prático de usar. Que garante uma renda corrigida pela inflação, e muito seguro. Quem carregar o investimento até o vencimento, usufruirá de 20 anos de renda”, afirmou.

Tesouro Nacional e a aposentadoria

De acordo com ele, o RendA+ é indicado justamente para quem tem dificuldade de se planejar. “É para o perfil de quem não tem interesse em estudar sobre investimentos. E também para quem não fica confortável com as oscilações da renda variável, por meio de ações, fundos imobiliários, etc. Também é uma alternativa para quem já investe em previdência privada ou complementar, mas está insatisfeito com a rentabilidade. Ou quem deseja diversificar os investimentos de longo prazo”, disse.

A primeira vantagem, de acordo com analistas, é a facilidade e o baixo custo do investimento, já que o investidor pode aplicar a partir de R$ 30 por mês e garantir uma remuneração que o protege da alta da inflação. O papel também tem um custo menor que o de um fundo de previdência, já que não cobra taxa de administração. Outro aspecto positivo está na liquidez, pois o investidor pode vender o título a qualquer momento após 60 dias da data da compra.

Entre as desvantagens, está o fato de o investidor não poder abater o investimento do Imposto de Renda, o que é possível para os planos de previdência do tipo PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre). “Há outros pontos negativos, se o investidor resgatar antes de 10 anos. Por exemplo, a taxa de custódia é maior que a dos demais títulos. Ele também pode ter rentabilidade negativa caso o resgate seja feito antes do prazo de marcação”, explicou Bueno. Ele destacou que, apesar de ser um investimento de baixo risco, os papéis também podem sofrer com volatilidade, devido a marcação à mercado.

 Tesouro RendA+

Diferentemente dos demais títulos do Tesouro, em que o pagamento é feito de uma vez, o RendA+ remunera o investidor no decorrer do prazo do contrato. A partir de uma determinada data escolhida para o início dos recebimentos. Ao adquirir o título, o investidor terá de escolher uma entre oito datas disponíveis para o vencimento do ativo: 2030, 2035, 2040, 2045, 2050, 2055, 2060 e 2065. A data funciona como o “início da aposentadoria”, pois a partir dela é que o Tesouro realiza o pagamento por meio de amortizações em parcelas mensais iguais.

A remuneração dependerá de quantos papéis forem comprados até a data de conversão. Momento em que o investidor começa a receber sua renda acumulada. Quanto mais títulos, maior a renda mensal. De acordo com o Tesouro, o investidor poderá fazer o agendamento de compras mensais para acumular mais títulos.

Davi Ramos, CEO e sócio-fundador da Vante Invest, destacou algumas diferenças entre o RendA+ e demais títulos do Tesouro Direto. “Uma delas é a forma de receber o seu investimento. Nos títulos normais, o investidor aplica e recebe o valor investido, corrigido pelos juros contratuais no vencimento do título e pode haver também pagamentos semestrais de juros. Mas não o montante reajustado do investimento. No caso do RendA+ , o investidor coloca um pouco todo o mês e, chegada a idade de aposentadoria escolhida, recebe uma parcela do montante total acumulado na forma de renda mensal por 20 anos”, afirmou.

Outra diferença é a taxa de custódia que incide sobre o montante investido. Nos títulos convencionais, ela é de 0,2% ao ano. No Tesouro RendA+, essa taxa varia conforme o tempo em que o investidor mantiver o título. A renda que ele receber, e essa cobrança só é feita no ato do resgate.

Fontes: tesourodireto, xpi, gov.br