O Supremo Tribunal Federal (STF) voltou a se posicionar contra a tese do marco temporal para a demarcação de terras indígenas e reafirmou, (18), a inconstitucionalidade do critério. A decisão invalida o entendimento de que os povos indígenas só teriam direito às áreas que estivessem sob sua posse em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição. Ou que estivessem em disputa judicial naquele período.
Com o resultado do julgamento, o Supremo reforça que o direito territorial indígena não pode ser condicionado a um recorte temporal fixo. Afastando um dos principais argumentos utilizados por setores do agronegócio e da bancada ruralista no Congresso Nacional. No entanto, apesar do entendimento consolidado sobre o marco temporal, os ministros não chegaram a um consenso em relação a pontos sensíveis apresentados no voto do relator. Ministro Gilmar Mendes.
O tema voltou à pauta do Supremo dois anos após a Corte já ter declarado o marco temporal incompatível com a Constituição
Em 2023, além da decisão do STF, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vetou dispositivos da Lei 14.701/2023 que buscavam validar a tese. O Congresso Nacional, porém, derrubou o veto presidencial, reacendendo o embate jurídico e político em torno do assunto.
Após a derrubada do veto, partidos como PL, PP e Republicanos acionaram o STF com ações para sustentar a validade da lei aprovada pelo Legislativo. Em sentido oposto, organizações representativas dos povos indígenas e partidos alinhados ao governo federal também recorreram à Suprema Corte. Para, contudo, questionar novamente a constitucionalidade do marco temporal.
Paralelamente à discussão no Judiciário, o Congresso mantém o tema em evidência
Na semana passada, o Senado Federal aprovou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 48/2023, que pretende incluir expressamente a tese do marco temporal no texto constitucional. A medida ainda precisa avançar na Câmara dos Deputados, mas amplia o cenário de tensão institucional entre os Poderes em torno da política de demarcação de terras indígenas no país.
Fonte: agência brasil







