O aumento na circulação de pessoas nas ruas e a inflação impulsionaram o setor este ano
O setor de vestuário, que teve a maior variação no IPCA de maio com uma alta de 2,11%, deve ter um aumento de 1,1% nas vendas em 2022 em comparação com o ano passado, de acordo com a projeção do economista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) Fábio Bentes. Segundo o economista do CNC, o faturamento deverá ser de R$ 208 bilhões, uma média de R$17 bilhões por mês.
O aumento na circulação de pessoas nas ruas e a inflação impulsionaram o setor este ano, na avaliação de Bentes, enquanto os lojistas tentam recuperar os prejuízos no comércio causado pela pandemia.
“A compra de um item de vestuário é mais complexa que a de eletrodoméstico, até de alimentos. As pessoas podiam experimentar a peça de roupa, o que era melhor. Além disso, o setor repassou a inflação para as mercadorias, então tudo isso ajuda nesta alta”, disse.
“Se olharmos a inflação acumulada de 12 meses do vestuário, ela está em 16,08%. Ele só fica atrás do grupo de transportes, que está contaminado pelo aumento dos preços dos combustíveis. Ou seja, o setor está com um valor muito maior do que a própria média. Comparando como estava há 12 meses, esse número era de 2,4%, ou seja, foi tudo muito acelerado”, avaliou.
Setor Vestuário ainda tenta se recuperar
Para a especialista em finanças da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) Merula Borges, as datas comemorativas, com as podendo ir às ruas ao contrário de 2020 e 2021, quando havia medidas restritivas, ajudam o setor.
“O vestuário teve quedas importantes durante 2020 e 2021, mas este ano as pessoas voltaram a consumir neste segmento. Todas as pesquisas de perspectiva em relação ao comércio durante a pandemia indicaram que o vestuário era o último”, afirmou.
“Agora, isso está totalmente diferente. Além disso, datas comemorativas sempre são respiro para o comercio em qualquer época do ano. Em relação ao Dia dos Namorados, 37% disseram que vão comprar roupas para o namorado. É um dado que indica a retomada no setor”, completou a especialista.
Entretanto, apesar do aumento pela procura de vestuário, Bentes explica que o setor ainda não conseguiu recuperar os patamares anteriores à pandemia e a tendência é que o segmento perca fôlego nas vendas nos próximos meses.
“É possível que tenha uma diminuição na procura por este setor, que está 3% menor que o nível pré-pandemia. Além do preço não contribuir nas vendas do setor, há um processo de encarecimento do crédito, que está mais alto por conta desse momento que vivemos hoje. Não é atrativo para o consumidor se pendurar no crédito para consumir roupas, por isso acredito nesta queda”, ressalta o especialista da CNC.
Fonte: economiaempauta