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Senadores se reuniram com parlamentares democratas nos EUA, e em reunião, focaram nos prejuízos que o tarifaço de Trump pode trazer aos estados americanos. Foto: Reprodução

Senadores se reúnem com parlamentares democratas nos EUA e chamam atenção para prejuízos do tarifaço a estados americanos

A comitiva de senadores brasileiros foi até os EUA e participou ontem (29) de reuniões com parlamentares democratas no país norte-americano, para discutir os impactos do tarifaço anunciado por Trump, que começa a valer dia 1º de agosto

A comitiva de senadores brasileiros que está nos EUA para dialogar com parlamentares democratas sobre os impactos do tarifaço anunciado pelo presidente americano, Donald Trump, participou (29) de reuniões com dois senadores do partido Democrata, de oposição ao governo dos EUA. O senador Nelsinho Trad (PSD-MS), líder da comitiva e presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, disse que também estão previstas para hoje reuniões com dois senadores do partido Republicano, legenda de Trump.

Fomos recebidos por dois senadores democratas: Martim Heinrich, do Novo México, e Edward Markey, de Massachusetts. A gente pegou um trabalho que demonstra claramente, estado por estado dos parlamentares que a gente vai conversar, o que eles vão ter de prejuízo. Ou seja, fazendo com que a gente possa chamar atenção e com que eles possam levar uma mensagem para o governo americano que isso é muito ruim para os Estados Unidos e para o Brasil – também declarou Trad em entrevista à GloboNews.

O senador evitou falar os nomes dos senadores do partido de Trump com quem vai se reunir

Sobretudo, o parlamentar tem evitado antecipar a lista dos nomes dos parlamentares para impedir pressões que possam dificultar a reunião:

Agora à tarde nós vamos nos encontrar com dois senadores (republicanos) que se dispuseram a nos receber. Amanhã na agenda tem perspectiva de mais outros senadores.

A comitiva também conta com a participação de Jaques Wagner (PT-BA), líder do governo no Senado, Tereza Cristina (PP-MS) e Marcos Pontes (PL-SP), ex-ministros do ex-presidente Jair Bolsonaro, além dos senadores Rogério Carvalho (PT-SE), Carlos Viana (Podemos-MG), Fernando Farias (MDB-AL) e Esperidião Amin (PP-SC). A missão oficial ocorre entre os dias 28 e 30 de julho.

Contudo, Trad evitou falar sobre os resultados práticos da comitiva, que não tem previsão de se reunir com integrantes do governo Trump.

Se a gente vai conseguir alguma coisa ou não só o dia 1º vai poder dizer. Agora, algo aqui já conseguimos, a relação está distensionada

O líder do governo no Senado, Jaques Wagner, adotou a mesma linha

– Se você perguntar: tem expectativa imediata? Imediata, não, mas a política é isso mesmo. A gente sai para pescar todo dia, nem todo dia pesca um bom peixe. Mas, se não sai para pescar, não leva peixe nunca. Nós estamos vindo, abrindo portas, conversando – declarou em entrevista coletiva.

O petista avaliou o evento como uma espécie de “networking”:

Estamos fazendo o serviço completo. Falamos com os empresários ontem, aqui vamos falar com a classe política. Estamos acumulando conquistas, abrindo diálogos, fazendo networking.

Por sua vez, Nelsinho Trad disse que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Trump vão precisar conversar sobre o assunto.

– Vai chegar o momento em que a relação de alto nível vai precisar ser feita. Isso precisa ser negociado porque são os interesses do nosso país que estão na linha de frente de tudo isso. É o que une partidariamente essa comissão. Tem muita gente aqui que gosta do Bolsonaro, tem gente aqui que gosta do Lula, mas todos gostam do Brasil.

Os senadores brasileiros (28) se reuniram com representantes do Brasil no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Na manhã de ontem, eles participaram de um café da manhã na residência da embaixadora do Brasil nos Estados Unidos, Maria Luiza Viotti, que contou também com a presença do ex-diretor geral da Organização Mundial do Comércio Roberto Azevêdo.

No início de julho, Trump enviou uma carta endereçada ao presidente Lula anunciando que taxaria em 50% as mercadorias brasileiras. Ele ligou essas taxas à condução do Supremo Tribunal Federal (STF) na ação penal que processa Bolsonaro por articular uma trama golpista para mantê-lo no poder.

A comitiva é formada por senadores da oposição e da base do governo Lula. O deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) tem feito reiteradas críticas a ida dos senadores aos Estados Unidos. Na mais recente, feita ontem, Eduardo disse que trabalha para que os senadores não tenham diálogo com os EUA.

Apesar disso, Trad evitou responder ao deputado:

– Ninguém aqui está sendo contra ninguém, ninguém está jogando contra esse ou aquele personagem de corrente política. O que a gente está buscando é tentar minimizar essa situação para que o Brasil possa não sofrer quanto a gente antevê que vai sofrer.

Fonte: o globo