Com a Selic em 15%, veja quanto R$ 10 mil podem render no Tesouro Direto e em CDBs
Enquanto os juros básicos permanecem altos, após a decisão do Banco Central pela manutenção da Selic em 15% ao ano, os investidores têm na renda fixa, incluindo Tesouro Direto e CDBs, a chance de investir em aplicações seguras e, ainda assim, garantir retorno robusto.
O time de Research da XP calculou quanto é possível lucrar com os investimentos em renda fixa com juros ainda elevados, ao aplicar R$ 10 mil nos principais instrumentos da classe. Confira:
Poupança
A caderneta segue como o “patinho feio” da renda fixa, posição justificada pelo menor rendimento entregue. R$ 10 mil aplicados na poupança viram R$ 10.728,79 em um ano, R$ 12.349,59 em três anos e R$ 14.298,82 em cinco anos.
A caderneta é isenta de Imposto de Renda (IR) e de fácil acesso. Por outro lado, oferece rendimento baixo, de 0,5% ao mês – ou 6,17% ao ano – mais a variação da TR (Taxa Referencial), o que dá algo em torno de 0,6% mensais. Portanto, quando a Selic cai a 8,5% ao ano ou abaixo, a regra do rendimento da poupança muda e a caderneta passa a entregar 70% da Selic mais a TR.
Tesouro Selic
Considerado o investimento seguro do Brasil, o Tesouro Selic transforma R$ 10 mil em R$ 11.161,19 líquidos em um ano com os juros a 15%. Em três anos, o Tesouro Selic 2031 renderá R$ 14.349,60; em quatro anos, renderá R$ 16.251,29; e em cinco anos, renderá R$ 18.655,31, com a possibilidade de resgate antecipado sem prejuízo da marcação a mercado.
O cálculo considerou um título que paga 100% Selic + 0,1%, além da taxa de custódia B3 de 0,2% para valores acima de R$ 10 mil investidos no Tesouro Selic e o do imposto de renda.
Nos títulos públicos, a alíquota de IR começa em 22,5% sobre o lucro em aplicações de até 180 dias. Depois disso, cai para 20% entre 181 e 360. Na faixa entre 361 e 720 dias, o IR é de 17,5%. Todavia, acima disso, a alíquota cai para 15%. A regra também vale para os CDBs.
CDBs
Se o investidor aplicar R$ 10 mil em um desses ativos bancários com remuneração de 100% do CDI, consegue acumular R$ 11.166,70 em um ano. Contudo, em dois anos, o valor acumulado sobe para R$ 12.678,50. Já em cinco anos, os R$ 10 mil em CDBs alcançariam R$ 18.616,41.
LCIs e LCAs
Para os bancários incentivados, a conta é diferente. Mesmo com a remuneração nominal menor, de 90% do CDI, o rendimento líquido seria maior, com R$ 11.312,63 acumulados em um ano, R$ 14.535,59 em três anos e R$ 18.854,80 em cinco anos.
O cálculo considera a isenção de Imposto de Renda nesses ativos. A cobrança de 5% de Imposto de Renda sobre LCIs e LCAs a partir de 1º de janeiro de 2026, prevista em uma Medida Provisória, ainda precisa ser analisada pelo Congresso Nacional.
O que considerar antes de investir
É importante saber que a simulação considera uma Selic estável em 15% durante todo o período de aplicação. Algo que não deve acontecer se as projeções do mercado estiverem corretas.
Além disso, vale observar outros pontos importantes ao escolher investimentos de renda fixa:
- Liquidez: não é diária para muitos CDBs, LCIs e LCAs;
- Rentabilidade: em geral, quanto maiores taxas, maiores são os riscos de crédito das instituições emissoras;
- Cobertura pelo FGC: O Fundo Garantidor de Créditos (FGC) cobre aplicações em CDB, LCI, LCA e poupança, funcionando como um “seguro” que devolve ao investidor até R$ 250 mil se o emissor enfrentar problemas, como uma intervenção do Banco Central. Já o governo federal emite os títulos públicos, que não têm essa proteção, mas são considerados “livres de risco”.
Fonte: infomoney