Nelore MS defende pecuária do Estado contra tarifaço americano
O presidente da Associação Sul-Mato-Grossense dos Criadores de Nelore – Nelore MS, Paulo César de Matos, esclareceu que o tarifaço imposto pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a alguns produtos brasileiros não causa impactos tão significativos. Durante pronunciamento na Tribuna da Câmara Municipal de Campo Grande, na sessão ordinária (12), ele passou dados sobre a produção, valores e exportação e ressaltou que a carne brasileira é de qualidade, mais barata em comparação com outros mercados e que, diante disso, há ainda a possibilidade de outros mercados.
“Eles precisam comprar a nossa carne. A nossa carne é importante para o mercado americano, para o consumidor americano. Essa tarifa, dentro dos estudos que fizemos, impacta mais o mercado americano do que o nacional, até porque temos novos mercados. O Brasil abre novas frentes em função de todo trabalho executado pelos nossos produtores, fazendo esse crescimento”, esclareceu Paulo Matos. O primeiro enfrentamento foi em relação às indústrias, para não reduzir o preço ao produtor, com base em dados da técnicos.
Brasil já exportou esse ano 17% a mais que o mesmo período do ano passado
Ele falou da confiança na produção e do mercado de exportação aquecido. “O Brasil já exportou esse ano 17% a mais que o mesmo período do ano passado e ainda com ganho dos exportadores de 25% de acréscimo do preço da tonelada exportada, comparado com 2024. Então nós acreditamos que em função dos avanços na produção, da qualidade da carne produzida e de novos mercados, o impacto possa ser pouco significativo. Lógico, sem deixar de levar em consideração que o mercado americano é um mercado importante e apostamos que o tarifaço possa ser revertido”, afirmou Matos.
Rebanho dos EUA chega a 80 milhões de cabeças e Brasil alcança 200 milhões
O rebanho dos Estados Unidos chega hoje a 80 milhões de cabeças, enquanto o Brasil alcança 200 milhões. Ele informou que a raça nelore representa em Mato Grosso do Sul e no Brasil 90% do rebanho. Só no Estado há geração de 148 mil empregos no setor. Matos lembrou ainda a relevância de Mato Grosso do Sul como referência de produção e melhoramento tecnológico e genético, contribuindo para os recordes de exportação alcançados. Ele enfatizou o papel da Câmara Municipal ao abrir espaço na Tribuna, agindo de forma plural, antenada no assunto e respaldando o trabalho dos produtores.
O vereador Landmark, autor do convite para que Matos fale na Tribuna da Casa de Leis, ressaltou o compromisso dos vereadores com o trabalho de todos os produtores de Mato Grosso do Sul. “O café e o hamburguer que eles gostam vai ficar mais caro. Sobretudo, nossa carne é de qualidade. Assim, tenho certeza que outros mercados se abrirão”, afirmou o vereador, lembrando ainda o crescimento em MS da produção de laranjas.
Brasil pode fazer sua política de comércio exterior como um País grande e legítimo
O vereador Epaminondas Neto, o Papy, presidente da Câmara, enfatizou a importância de olhar o tema da taxação com pragmatismo. Ademais, é preciso afastar as correntes ideológicas. Assim, o Brasil pode fazer sua política de comércio exterior como um País grande e legítimo, deixando as diferenças de lado para trabalhar pelo bem do País.
“Não podemos politizar comércio exterior, o Brasil tem que ser competitivo, não só na carne, mas em todos os produtos que exporta, e se comportar como um País grande nesta discussão”, afirmou o presidente, reforçando que “somos o celeiro das nações”.
Fonte: CM CG