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O Comitê Nobel concedeu o Prêmio Nobel da Paz 2025 à venezuelana Maria Corina Machado, principal rosto da oposição que tenta derrubar o ditador chavista Nicolás Maduro. Foto: Reprodução/AFP

Prêmio Nobel da Paz é concedido à venezuelana Maria Corina Machado

Na manhã desta sexta-feira (10), o Comitê Norueguês do Nobel, anunciou a venezuelana Maria Corina Machado, como vencedora do Prêmio Nobel da Paz

O Prêmio Nobel da Paz de 2025 foi concedido à opositora venezuelana Maria Corina Machado, anunciou o Comitê Norueguês do Nobel na manhã desta sexta-feira. Considerada uma “dama de ferro”, Maria Corina é o principal rosto da oposição que tenta derrubar o ditador chavista Nicolás Maduro. Em vídeo enviado por sua equipe à AFP, é possível ouvir a líder opositora de 58 anos reagindo à premiação em ligação com Edmundo González Urrutia, ex-candidato presidencial venezuelano: “Estou em choque!”, afirma. “Que é isso? Não acredito”.

Velha conhecida da política venezuelana, a ex-deputada venceu por ampla margem as primárias da oposição. Mas não pôde registrar sua candidatura à presidência por estar inabilitada politicamente por 15 anos. González Urrutia, então, a substituiu como candidato nas eleições presidenciais de julho do ano passado, mas a líder opositora encabeçou vários comícios eleitorais pelo país.

Prêmio Nobel da Paz é concedido à venezuelana Maria Corina Machado

“Estamos em choque de alegria”, disse González, que partiu para o exílio na Espanha pouco depois dos resultados eleitorais, que deram, contudo, a vitória a Maduro, em uma votação apontada como fraudulenta pela oposição e por parte da comunidade eleitoral. A oposição, liderada por María Corina, publicou cópias dos registros das urnas em um site para comprovar a vitória de González sobre Maduro. Os chavistas rejeitam esses documentos.

No X, González publicou um vídeo em que afirma: “Merecidísimo reconhecimento à ampla luta de uma mulher e de todo um povo por nossa liberdade e democracia”, acrescentando: “O primeiro Nobel à Venezuela!”

Maria Corina foi premiada “por seu incansável trabalho de promoção dos direitos democráticos para o povo da Venezuela e por sua luta para alcançar uma transição justa e pacífica da ditadura para a democracia”, anunciou o presidente do comitê, Jørgen Watne Frydnes.

Nascida em Caracas, em uma família conservadora e católica fervorosa, Maria Corina fundou em 2012 o partido Vem Venezuela. E ficou conhecida por liderar a oposição mais linha-dura contra o então presidente Hugo Chávez. Com apoio antes limitado às classes mais altas do país e a parte dos venezuelanos no exílio, hoje os atos de Maria Corina, venezuelana que venceu o Prêmio Nobel da Paz, reúnem centenas de apoiadores das classes populares. Inclusive nos redutos chavistas, longe da capital.

Neste ano, o valor do prêmio permanece em 11 milhões de coroas suecas (o equivalente a cerca de R$ 6,2 milhões). Montante idêntico ao das edições de 2023 e 2024. O Parlamento da Noruega nomeia cinco membros que concedem o Nobel da Paz desde sua criação.

Ao longo de mais de um século, o prêmio já contemplou líderes políticos, organizações humanitárias e defensores dos direitos humanos, mas também foi alvo de polêmicas. O vietnamita Le Duc Tho recusou a honraria em 1973, alegando que seu país ainda não havia alcançado a paz, tornando esse episódio um dos mais marcantes.

A Fundação Nobel, criada após a morte de seu fundador, administra o legado de Alfred Nobel — um patrimônio que, atualizado, equivale a cerca de R$ 1,25 bilhão. Desde então, a premiação tornou-se uma das mais prestigiadas do mundo, símbolo de reconhecimento àqueles que se dedicam ao avanço da humanidade.

Quem foram os últimos vencedores?

2024: Nihon Hidankyo

A vencedora de 2024 foi a organização japonesa Nihon Hidankyo. Um movimento popular que representa sobreviventes dos bombardeios de Hiroshima e Nagasaki e advoga contra a proliferação de armas atômicas. A presidência norueguesa do comitê destacou o trabalho da organização em coletar depoimentos de sobreviventes para educar o público sobre os horrores causados por essas armas.

2023: Narges Mohammadi

 Fonte: o globo