Prefeito de Dourados discute demandas para o Hospital da Vida
O prefeito de Dourados manteve audiência (11) com o governador em exercício, José Carlos Barbosinha para discutir demandas na área da saúde, especificamente, para o Hospital da Vida. Ao terminar a reunião na Governadoria, o prefeito fez uma transmissão ao vivo para falar sobre a agenda. “Estou aqui na Governadoria, estou aqui no governo do Estado com o nosso governador, governador de Dourados”, anunciou o prefeito. “Dourados nesse momento tem um governador, sabia disso? É o nosso governador interino, já que o governador Eduardo Riedel está em missão oficial na Ásia”, completou Marçal Filho.
A audiência serviu principalmente para que o prefeito apresentasse ao governador em exercício a realidade da saúde de média e alta complexidade em Dourados, principalmente em relação aos repasses do governo estadual. Os repasses são para manutenção do Hospital da Vida. Afinal, ele é o único hospital municipal de portas abertas. O hospital atende pacientes com trauma em Mato Grosso do Sul. De acordo com o prefeito, “precisamos buscar o reequilíbrio dos repasses”. Ele explicou que municípios como Três Lagoas e Corumbá recebem mais recursos. Isso acontece, embora atendam menos pacientes que Dourados.
Hospital da Vida é referência no atendimento
O prefeito entregou um ofício ao governador que aponta o Hospital da Vida como referência de atendimento. O hospital é gerido pela Fundação de Serviços de Saúde de Dourados. Ele atende 867.915 habitantes de 34 municípios. Por exemplo, a região de saúde inclui Dourados, Caarapó, Itaporã e Naviraí, bem como Ponta Porã, Sete Quedas e Tacuru.
O Hospital da Vida possui 92 leitos. Em seguida, o documento informa sobre 20 leitos de UTI Adulto. Adicionalmente, existem 2 leitos de isolamento. Todos estão disponíveis para o SUS. Conforme o prefeito, “o Hospital da Vida e a UPA 24 horas são os únicos serviços porta aberta de urgência e emergência no município”. Entretanto, o prefeito ressaltou a necessidade de uma análise. Ou seja, uma análise criteriosa e reflexiva, sobretudo, diante dos dados referentes à produção dos hospitais de Três Lagoas e Ponta Porã. Assim também, para a comparação com o Hospital da Vida em relação aos valores contratualizados.
Discrepâncias nos valores praticados em cada contrato
Na reunião com o governador, o prefeito Marçal Filho mostrou a existência de discrepâncias nos valores praticados em cada contrato, quando analisados à luz dos parâmetros da Tabela SUS. “Ao comparar-se o valor contratual do Hospital Regional da Costa Leste Magid Thomé com sua respectiva produção no período de março de 2024 a fevereiro de 2025, observa-se que o montante equivale a 16,80 vezes os valores previstos na Tabela SUS”, explica. “Aplicando-se a mesma metodologia ao contrato do Hospital Regional Dr. José de Simone Netto, identifica-se um equivalente de 9,36 tabelas SUS”, continuou Marçal Filho. “Já em relação ao contrato do Hospital da Vida, o valor corresponde a 6,35 vezes os parâmetros estabelecidos pela referida tabela”, completou o prefeito.
Segundo Marçal Filho, ao fazer a análise comparativa entre os valores de produção, os montantes contratualizados e a população atendida, observa-se dados relevantes que merecem destaque. “O Hospital Regional da Costa Leste Magid Thomé apresenta uma produção mensal, conforme os parâmetros da Tabela SUS, no valor de R$ 526.261,13, frente a um valor contratual mensal de R$ 8.842.779,86, sendo responsável pelo atendimento de uma população estimada em 359.235 habitantes”, ressaltou. “Nessa perspectiva, o investimento médio mensal por habitante é de R$ 24,50”, explicou o prefeito.
Valores contratuais mensais
Marçal Filho demonstrou ao governador em exercício que de forma semelhante, o Hospital Regional Dr. José de Simone Netto apresenta uma produção mensal, conforme a Tabela SUS, de R$ 831.352,60, com um valor contratual mensal de R$ 7.779.149,88, atendendo a uma população de 329.537 habitantes, o que corresponde a um investimento médio por habitante de R$ 23,60. “Já o Hospital da Vida apresenta uma produção mensal, segundo os mesmos parâmetros, de R$ 1.341.337,83, com um valor contratual de R$ 8.518.726,29, sendo responsável pela cobertura de uma população de 867.915 habitantes”, enfatizou. “Dessa forma, o investimento médio mensal por habitante é de apenas R$ 9,81, muito abaixo dos R$ 24,50 investidos em Três Lagoas e dos R$ 23,60 investidos em Ponta Porã”, argumentou.
O prefeito Marçal Filho encerrou a audiência com o governador Barbosinha sobretudo otimista com o encaminhamento da demanda. “Ressaltamos a importância da revisão contratual e da equalização dos repasses. Buscamos garantir maior equilíbrio na aplicação dos recursos e a equidade no atendimento à população, considerando as particularidades de cada região e unidade hospitalar”, explicou. “Considerando a disparidade observada e a necessidade de equilíbrio na distribuição dos recursos, pedimos a concessão de aporte financeiro mensal ao Hospital da Vida, no montante de R$ 5.501.082,94 para fazer frente às despesas de manutenção dos serviços para os 34 municípios da Grande Dourados”, finalizou.
Fonte: PM Dourados