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Há motivos para a queda da arroba do boi gordo, veja análise.

Queda nos preços da arroba do boi gordo, entenda os motivos

Auge da safra do boi gordo poderá aumentar ainda mais a oferta de boi gordo vão aumentar volatilidade do preço da arroba no Brasil

A queda dos preços da arroba do boi gordo está causando atenção do mercado. Por mais um dia a pressão baixista acometeu o mercado físico do boi gordo, e sete praças monitoradas passaram por ajustes negativos nos preços. Porém, em São Paulo, os preços permaneceram laterais, e o boi comum continuou valendo R$ 265,00/@, e o “boi China”, R$ 280,00/@.

Assim, na B3, o contrato vigente passou por queda de 0,77%, fechando o dia em R$ 275,60/@. As programações de abate seguiram alongadas em todo o Brasil, e a média nacional se manteve estável em nove dias úteis, a praça paulista também permaneceu com as escalas de abate estáveis em doze dias úteis.

O grande destaque ficou para a região Norte, onde os frigorífico do Tocantins e do Pará encerraram a semana com programações de quinze e doze dias úteis, respectivamente.

Uma maior oferta de bovinos em algumas regiões do Brasil vem interferindo no preço do boi gordo. Além da maior disponibilidade de animais para terminação, a proximidade com o inverno pode estar estimulando pecuaristas a venderem os rebanhos, preparando-se para o costumeiro aumento no custo de nutrição nesse período.

Há praticamente um mês os pecuaristas saíram de uma expectativa positiva pela volta da China ao jogo, esperando melhores preços da arroba para um cenário de queda nos preços nas últimas semanas, o que pode explicar o cenário atual?

Cenários da queda dos preços da arroba do boi gordo

Commodities são produtos de origem agropecuária ou de extração mineral, em estado bruto ou pequeno grau de industrialização, produzidos em larga escala e destinados ao comércio externo. Rodrigo também faz um resumo de como é formado os preços da arroba do boi. Ainda segundo ele os preços de commodities – neste caso aqui arroba do boi – é resultado de uma equação que contém dois ingredientes principais, a saber:

1) OFERTA: deriva de uma composição de clima + tecnologia (conhecimento e insumos aplicados/ha) + ciclo produtivo (ciclo pecuário) + capital investido/ha + mão de obra + infraestrutura (armazenagem/logística)

2) DEMANDA: deriva de política + economia + concorrência + acesso mercados (sanidade) + comportamento social. Ele continua dizendo que é impossível pré-determinar com exatidão o preço futuro de commodity, dado a alta complexidade e o enorme número de fatores envolvidos. Além disso, há o imponderável, que sempre aparece.

O especialista elenca 5 medidas que o pecuarista pode adotar:

Análise dos preços da arroba boi do  gordo. Estimar as tendências de preço (nunca o valor exato), analisando os fundamentos de todos as facetas de oferta x demanda. É a análise fundamentalista;

Usar a análise técnica, ou grafista, para entender níveis possíveis de preço suporte (limite inferior) e de preço resistência (limite superior);

Saber com exatidão o seu custo de produção e definir a margem de lucro ideal que perseguirá para o seu negócio. Gestão é insumo fundamental aqui;

Mitigar o risco financeiro, através do uso de ferramentas de proteção (futuro, opções, termo) tão logo o mercado dê a oportunidade;

Reavaliar constantemente, pois a margem fica só no excel/papel em alguns anos (há que saber “baixar a bola”) e nunca perder de vista que a atividade é plurianual. O agro não é sobre não cair, mas sobre sempre se levantar.

E finaliza dizendo ao pecuarista que ninguém entende de preço, mas há três atitudes infalíveis que ajudam a enfrentar anos difíceis como está sendo esse ano de 2023.

Faço o básico muito bem feito. Colete dados, analise dados e somente depois decida.  Prepara-se para anos ruins (tenha uma reserva de capital e evolua sempre, melhorando dia após dia, sem parar). “Se não faz os passos acima com esmero, comece, antes que seja tarde demais. Para alguns, infelizmente, será…” – finaliza Rodrigo.

Fonte: Comprerural