A economia da China cresceu a um ritmo anual de 6,3% no segundo trimestre de abril a junho
Nos últimos anos, o preço do metro quadrado em um apartamento para morar em cidades da China como Xangai ou Pequim tem sido mais caro do que em um apartamento em Nova York. Esse cenário imobiliário da China é um dos sintomas da desaceleração da segunda maior economia do mundo.
A economia da China cresceu a um ritmo anual de 6,3% no segundo trimestre de abril a junho, segundo dados do governo divulgados na segunda-feira (17). O resultado, no entanto, está abaixo dos 7% (ou mais) que os analistas haviam previsto.
Aliás, espera-se que a segunda maior economia do mundo desacelere ainda mais nos próximos meses, por causa da fraca demanda do consumidor e de uma frágil demanda por exportações chinesas.
Ainda assim, o crescimento de 6,3% no Produto Interno Bruto (PIB) da China superou a taxa de 4,5% registrada no trimestre anterior.
Assim, uma das principais razões para essa desaceleração é a queda da atividade no setor de construção civil, que corresponde a 25% do PIB da China. É o que explica Clauda Trevisan, diretora executiva do Conselho Empresarial Brasil China.
“O governo chinês avalia que é preciso reduzir o peso desse setor no PIB para que o crescimento chinês seja sustentável a longo prazo.”
Em entrevista a Natuza Nery, Trevisan explica como os efeitos desse novo ritmo de crescimento ameaçam a estabilidade política no país.
“Esse aumento desenfreado de preços [dos imóveis] também passou a preocupar o governo chinês. Um dos principais slogans do presidente Xi Jinping é a promoção da prosperidade comum. Para realizar, implica uma redução de desigualdades entre campo e cidades, desigualdades de renda. E o aumento do preço dos imóveis estava contribuindo para o aumento dessa desigualdade, não para redução.”
Assim, comprar imóveis, explica Trevisan, “tem sido uma maneira de famílias que poupam muito guardarem dinheiro, o que foi contribuindo para o aumento dos preços”.
Fonte: G1