Quando se fala em educação financeira, os brasileiros ainda se veem diante de um grande abismo.
A reserva de emergência serve antes mesmo de pensar em como render o dinheiro, é necessário ter uma garantia, ou seja, um valor que serve como ‘proteção’ diante de situações complicadas.
Por isso, em momentos difíceis, como da pandemia de coronavírus, a ausência do hábito de guardar dinheiro acaba exigindo mais da economia doméstica como um todo para reparar os danos.
Um levantamento da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) identificou que 62% de toda a população brasileira não conseguiu economizar qualquer reserva financeira para lidar com a emergência da pandemia.
Especialistas indicam que o brasileiro ainda não desenvolveu uma cultura de preocupação com educação financeira. Porém, por mais que seja um índice desanimador, a pandemia tem estimulado cada vez mais brasileiros a procurarem conhecimento sobre o tema.
Dessa forma, um levantamento feito pelo Google identificou que 40% das pessoas que ainda não investem querem aprender mais sobre formas de melhor aplicar o dinheiro.
O que é a reserva de emergência
Diante da dificuldade de lidar com perda de renda, diminuição salarial, entre outros aspectos econômicos que vimos durante a pandemia, os brasileiros têm se interessado mais em educação financeira.
Contudo, antes mesmo de pensar em aplicações mais avançadas ou de fazer o dinheiro render, é preciso ter em mente que você e sua família precisam de segurança.
Essa segurança é representada pela reserva de emergência, que representa um valor considerável apenas para lidar com situações de dificuldade. Assim como a aposentadoria, que exige um valor guardado mensalmente pensando no futuro, para a reserva de emergência é preciso direcionar mensalmente um percentual para essa finalidade.
Por exemplo, tirando a aposentadoria, a reserva de emergência é o investimento em que você mais deve se preocupar, caso ainda não tenha dinheiro guardado.
Especialistas em finanças pessoais indicam que o ideal é ter pelo menos 6 vezes o total que se gasta mensalmente. Digamos que você e sua família recebem, ao todo, R$ 20 mil mensalmente. Desse valor, R$ 15 mil servem para pagar as dívidas e quitar as contas básicas de casa. Nesse caso, é preciso ter como cálculo o valor de R$ 15 mil como referência de gasto mensal.
Uma boa reserva de emergência para esta família seria seis vezes os R$ 15 mil, ou seja, em torno de pelo menos R$ 90 mil. Embora o ideal seja ter pelo menos 6 meses de reserva, você e sua família que determinam este valor: pode ser até maior, o que garante uma boa segurança financeira.
Com o valor de R$ 90 mil, esta família tem uma boa segurança em casos de emergência, seja um problema familiar, situação de desemprego, doença, entre outros casos graves.
Dicas para montar a sua reserva de emergência
A melhor forma de compor a sua reserva de emergência é direcionar um percentual dos rendimentos mensais para essa finalidade. Este valor precisa estar em uma conta de fácil resgate. Afinal, não dá para prever quando você e sua família precisarão desse montante.
Ainda no exemplo da família com R$ 20 mil de rendimentos mensais, é possível direcionar parte dos R$ 5 mil que sobram mensalmente para compor a reserva de emergência. Nesse caso, demoraria cerca de 20 meses para ter o valor ideal para a reserva.
A melhor forma de lidar com a reserva é ter um planejamento. Reúna toda a família e estipule o valor ideal para a reserva de emergência da família.
Com o valor e mente, pense em um prazo para chegar até lá. Considere a possibilidade de reduzir os gastos mensais, para chegar ao valor ideal mais rapidamente.
Fonte: embracon