A dieta mediterrânica “promove uma ingestão alimentar baseada na diversidade, nos produtos locais e da época”
Falar de dieta mediterrânica é falar de cultura, gastronomia e saúde. É uma dieta reconhecida a nível mundial como uma referência para a promoção da saúde e prevenção da doença, considerada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) como património cultural imaterial da humanidade e pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) como “amiga do ambiente”.
Assim, a dieta mediterrânica “promove uma ingestão alimentar baseada na diversidade, nos produtos locais e da época”. Explica Beatriz Vieira, nutricionista no Hospital Lusíadas Amadora. A especialista explica que esta dieta incentiva a “frugalidade e as confecções mais simples (como as sopas, ensopados e caldeiradas) o elevado consumo de produtos vegetais (hortícolas, frutas, cereais integrais, leguminosas secas e frescas, frutos secos e oleaginosos), o azeite como principal fonte de gordura, o consumo moderado de laticínios, a utilização de ervas aromáticas em detrimento do sal, o consumo frequente de peixe e baixo de carnes vermelhas, o consumo moderado de vinho e a água como principal bebida ao longo do dia”.
Este modo de alimentação promove ainda o convívio à volta da mesa e a partilha de refeições com familiares e amigos. Mas é aqui que surge uma questão: será esta a única dieta que reúne todos os requisitos do que deve ser uma alimentação saudável? Apresentamos-lhe a dieta nórdica: este modo de alimentação enfatiza o consumo de alimentos com origem nos países nórdicos: Dinamarca, Noruega, Suécia, Finlândia, Groenlândia e Islândia. Segundo Beatriz Vieira, “em 2004, desenvolvido o conceito da Nova Dieta Nórdica por chefs nórdicos que assinaram um manifesto baseado em quatro princípios: saúde, potencial gastronômico, sustentabilidade e identidade nórdica”.
Dieta Mediterrânica: Padrão alimentar saudável
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, a dieta considerada como um padrão alimentar saudável. Que promove o consumo de alimentos de origem vegetal, sazonais, frescos e produzidos localmente. Preferencialmente de produção biológica e restringe alimentos processados.
Mas será isto o suficiente para substituir a dieta mediterrânica? A OMS considera ambas como padrões alimentares saudáveis. “As duas incentivam o consumo de alimentos locais e sazonais, de origem vegetal, com o objetivo de promover a sustentabilidade alimentar”, explica a nutricionista. Embora o norte e o sul da Europa apresentem diferenças significativas no clima. Que afeta o tipo de alimentos que podem cultivar, “ambas as dietas partilham recomendações nutricionais semelhantes. Sendo a principal diferença a fonte de gordura preferencialmente utilizada (no caso da dieta mediterrânica, o azeite e da dieta nórdica, o óleo de canola)”, refere a especialista.
A evidência científica tem demonstrado que a dieta mediterrânica está associada ao aumento da longevidade e prevenção de doenças crónicas não transmissíveis. Como as doenças cardiovasculares, metabólicas, neurodegenerativas e alguns tipos de cancro.