As paralisações vão começar nas refinarias, nas usinas termelétricas (UTEs) e continuarão na semana seguinte
A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus sindicatos, junto com a Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), iniciam nesta sexta-feira (27) uma série de paralisações nas unidades da Petrobrás em protesto contra a proposta da empresa para o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). A Petrobrás e suas subsidiárias propõem 1% de ganho real, além da reposição da inflação, antecipada, totalizando 5,66% de reajuste. Além do ganho real de 3%, a categoria pediu 3,8% de reposição das perdas passadas e equiparação entre as tabelas salariais da Petrobrás e das subsidiárias.
Assim, as paralisações vão começar nas refinarias, nas usinas termelétricas (UTEs) e continuarão na semana seguinte. Com paradas nas subsidiárias na segunda-feira (30) nas unidades administrativas na terça-feira (31) e nas bases de Exploração e Produção na quarta-feira (1).
Contudo,petroleiros pediram o resgate da AMS (o plano de saúde) e da Petros (previdência complementar), a preservação da vida dos trabalhadores impactados pelas transferências compulsórias. A construção de uma política justa e transparente de recomposição dos efetivos com concurso público. Aliás, outros reivindicações da categoria foram o pagamento das horas-extras antes da gestão bolsonarista, regramento do teletrabalho, anistia de sindicalistas e grevistas demitidos no governo anterior, proteção dos empregos, a garantia de condições seguras de trabalho e de melhoria da qualidade de vida nas unidades industriais e o fim dos afretamentos de plataformas e navios.
A FUP e a FNP estão realizando reuniões conjuntas com a Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (SEST). Assim, buscando avanços nesses pontos, principalmente no plano de saúde da categoria. Que aliás, conta com uma relação de custeio da AMS de 60% pela empresa e 40% pelos trabalhadores. Sendo que a relação era de 70% a 30%.
Paralisações dos petroleiros
Segundo o coordenador-geral da FUP, Deyvid Bacelar, “há os descontos abusivos na AMS por causa de um saldo devedor que não foi auditado e nós não reconhecemos”. “Que dívida é essa? Por que os trabalhadores precisam pagar uma dívida que eles não sabem do que se trata nem eram cobrados?”, questionou.
Apesar das reuniões com a SEST, nenhuma solução dada para que, por negociação coletiva, houvesse recuperação dos direitos perdidos na última gestão. Embora alguns itens tenham avançado, o RH da Petrobrás sempre coloca limitadores impostos pela SEST. “A Secretaria está dizendo que qualquer direito maior do que a CLT só será possível se estiver no ACT atual, nada adicional acordado em mesa, isso é um absurdo”.
A Petrobrás distribuiu, nos anos de 2021 e 2022, mais de R$ 380 bilhões em dividendos. “Não dá para aceitar que uma empresa desse porte. Com resultados extraordinários, continue sacrificando os trabalhadores para enriquecer acionistas”, destaca o dirigente.
Fonte: brasil247