O Brasil ainda precisa avançar em questões como definição de padrões técnicos e segurança da identidade digital
A implementação do open banking no Brasil foi mais rápida e mais abrangente do que na maioria dos países que já começaram a adotar esse sistema de compartilhamento de dados, o que torna o país um dos líderes globais na iniciativa. Isso não quer dizer, no entanto, que o modelo brasileiro seja referência para o mundo. Para Gavin Littlejohn, presidente da Financial Data and Technology Association (FDATA) e considerado um dos “pais” do open banking britânico, que é o benchmark global, o Brasil ainda precisa avançar em questões como definição de padrões técnicos e segurança da identidade digital.
Littlejohn, que está fazendo um tour pela América Latina, esteve no Brasil na semana passada e se reuniu com bancos, fintechs, reguladores e associações do setor. Ele conta que o país avançou muito desde que esteve aqui pela última vez, no início de 2020. “Naquela época, todas as conversas eram sobre o que iria ser feito, agora são todas sobre o que está sendo feito. É um grande avanço, mas são necessários alguns ajustes finos”, comenta. A entidade que ele preside ajuda na elaboração de padrões globais para o open banking e defende os interesses principalmente das fintechs nesse processo.
O especialista explica que uma economia digital moderna precisa de cinco pilares básicos. Entre elas, segurança na verificação da identidade digital; direitos robustos dos usuários sobre seus dados; sistemas de pagamentos rápidos e interoperáveis, além de padrões técnicos bem estabelecidos. Além disso, uma estrutura de responsabilização, que garante que, se algo der errado, os responsáveis terão cobranças. Dessa forma, o Brasil vai bem em alguns aspectos, como nos pagamentos, leia-se Pix e na estrutura legal. Entretanto, precisa avançar bastante em outros, como na definição dos padrões técnicos e na identidade digital.
Fonte: aracajuagoranoticias