Brasil quer estreitar comércio com a Cinha no fórum empresarial Brasil-China, em meio ao tarifaço de Trump
O presidente participa nesta segunda-feira (12), em Pequim, de um fórum empresarial Brasil-China. Em meio ao tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o momento é visto sobretudo como oportuno para o aprofundamento das relações comerciais entre Brasil e China, visto que o país que é o principal destino das exportações brasileiras.
Entre os produtos com mais potencial de venda para a nação asiática, de acordo com o governo brasileiro, estão proteína animal, café e itens de maior valor agregado, como alimentos industrializados e bioenergia.
O fórum deve reunir cerca de 200 empresários brasileiros, bem como 200 executivos chineses. Assim, o evento é organizado pela ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), juntamente com os ministérios das Relações Exteriores e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. Nesse sentido, a expectativa é que a presidente do NDB (Novo Banco de Desenvolvimento); conhecido como Banco do Brics, Dilma Rousseff, também participe do encontro.
4ª reunião ministerial do Fórum China-Celac
A comitiva presidencial na China tem formação de ministros, parlamentares, assim como de governadores. Na terça-feira (13) de manhã (horário local), o presidente participa da 4ª reunião ministerial do Fórum China-Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos). De tarde, deve ter reuniões bilaterais com o presidente chinês, Xi Jinping, e outras autoridades do país. Em seguida, deve haver assinatura de acordos e parcerias entre Brasil e China.
É a segunda visita oficial de Lula ao país asiático neste terceiro mandato. A viagem anterior ocorreu em abril de 2023, retribuída por Xi Jinping em novembro do ano passado, após a Cúpula do G20, sediada pelo Brasil. Além disso, os dois líderes tinham se encontrado em 2023 na Cúpula do Brics, na África do Sul.
Parcerias comerciais
A China é o 9º maior investidor no Brasil e o principal investidor asiático. Levantamento da ApexBrasil destaca 400 oportunidades para exportações brasileiras no país. As opções incluem cobre, carnes bovina e suína, trigo, centeio, açúcar, café, petróleo, ferro, máquinas e equipamentos, motores e medicamentos, soja, celulose e aço.
Em 2024, o Brasil consolidou-se como o maior fornecedor à China de carne bovina, carne de aves, soja, celulose e açúcar. De todas as exportações brasileiras feitas no ano passado, 28% tiveram destino ao país asiático, o que representa 41,4% do superávit comercial do Brasil.
Tarifaço de Trump
Logo no início do segundo mandato, em janeiro, Trump impôs tarifas comerciais para diversas nações, com destaque para a China, cujos produtos com importação pelos EUA foram taxados em 145%. As ações do republicano desencadearam uma guerra comercial, especialmente com o país asiático.
Trump descartou rever as tarifas impostas à China (7). “Não estou aberto a retirar tarifas de 145% da China. Não estamos buscando tantas isenções tarifárias”, declarou, em evento na Casa Branca, em relação a possíveis exceções à política tarifária.
Em agenda com o presidente Vladimir Putin, na Rússia, Lula comentou (9) a postura do norte-americano. “A taxação de comércio com todos os países do mundo, de forma unilateral, joga por terra a grande ideia do livre comércio, o multilateralismo e, muitas vezes, o respeito à soberania dos países que nós temos que ter”, declarou.
Fonte: R7