Mostra em Campo Grande celebra a dança contemporânea com oficinas gratuitas, artistas nacionais e internacionais e programação que aborda gênero, corpo e diversidade
A partir da próxima quinta-feira (13), a mostra vai reunir artistas nacionais e internacionais para três dias de muita dança, arte e oficinas gratuitas em Campo Grande. É a segunda etapa da 5ª edição do Cerrado Abierto – Mostra de Danças Contemporâneas.
Contudo, nesta edição, conforme a organização do evento, a mostra busca abrir fronteiras além dos territórios geográficos e provocar reflexões sobre hábitos, modos de vida e pensamentos da sociedade diante das questões de gênero e sexualidade.
“Nesta edição, abrir é verbo e manifesto. É um gesto sobre o corpo, o gênero e a sexualidade; uma presença insurgente das dissidências. Celebramos a Potência Queer, aquilo que rompe os limites do visível e desorganiza as certezas sobre o que um corpo pode ser.”
Por outro lado, além dos espetáculos oficiais com artistas nacionais e internacionais, o Cerrado Abierto terá exposição, roda de conversa e mostra de videodanças. Confira o cronograma das oficinas:
Hands UP MS realiza oficina “Vivência Ballroom – Empoderamento, Corpo e História” – Mostra chega a Campo Grande com 3 dias de oficinas de dança gratuitas
Na quinta-feira (13), das 9h às 13h, acontece a oficina “Vivência Ballroom – Empoderamento, Corpo e História”, com Hands UP MS, na sala Conceição Ferreira, no Centro Cultural José Octávio Guizzo. A oficina, contudo, propõe uma imersão sensível e potente na cultura Ballroom, explorando suas raízes históricas, políticas e estéticas, com foco especial na dança Voguing e nas categorias performativas que compõem essa cena.
Fundada em 2016, a House Hands UP MS é o primeiro coletivo sul-mato-grossense vinculado ao movimento Ballroom. Constituída majoritariamente por artistas periféricos e LGBTQIAPN+, a House consolidou-se como referência local e nacional ao articular arte, militância e valorização da memória histórica como eixos centrais de sua atuação.
Eugenia Chirimini traz a oficina “SOUL TRAINING: Laboratório ‘humanizar as máquinas e tecnologizar os corpos’”
Na sexta-feira (14), das 9h às 13h, a artista uruguaia Eugenia Chirimini realiza a oficina “SOUL TRAINING: Laboratório ‘humanizar as máquinas e tecnologizar os corpos’”, na sala Conceição Ferreira, no Centro Cultural José Octávio Guizzo.
A oficina é um laboratório de dança contemporânea onde, por meio da experimentação, é possível alcançar novas fronteiras ao fundir tecnologia e movimento. Nesse contexto, a sinfonia eletrônica guia cada passo, enquanto o corpo se torna um instrumento, isto é, uma extensão da maquinaria musical. Além disso, o pulso do sampler e a complexidade dos volumes sonoros se entrelaçam com a pele, criando assim um diálogo sensorial entre o som e a corporeidade.
Eugenia é criadora cênica, docente e pesquisadora em dança contemporânea. Seu trabalho transita entre técnicas urbanas e populares, com foco na fusão de linguagens do movimento. Desde 2008, desenvolve o projeto SOUL TRAINING, uma prática de movimento e pesquisa que articula corpo, música, DJ Live Set e arquivo.
Trailblazer Félix Pimenta apresenta oficina “Vogue Old Day”
No sábado (15), das 9h às 13h, no Studio 2 (Rua Brasil, 17), Trailblazer Félix Pimenta realiza a oficina “Vogue Old Day”, para maiores de 14 anos. A oficina combina prática e teoria sobre a performance Vogue Old Way/Pop, Dip & Spin. Será uma vivência com introdução ao voguing, elementos históricos, técnicas e práticas que envolvem a performance de Voguing, para todos os níveis.
Trailblazer Legendary Icon Founding Father Félix Pimenta é referência na cena Ballroom brasileira: performer, MC, commentator, professor e coreógrafo.
Pai da House of Zion – Chapter Brasil desde 2016 e fundador da Kiki Casa de Pimentas, ele atua com Waacking, Voguing e produção cultural há anos, idealizando eventos essenciais como: Circuito Vera Verão PajuBall, Isso é Baile! e Circuito Afrodiaspórico. Desde 2016, Félix também atua na música com a estética do Vogue Beat, sendo um dos precursores do estilo musical no Brasil.
Iván Haidar traz oficina “Imagine um buraco e caia”
Por outro lado, no domingo (16), das 9h às 13h, o artista argentino Iván Haidar realiza a oficina “Imagine um buraco e caia”, na sala Conceição Ferreira, no Centro Cultural José Octávio Guizzo. Esta oficina é um treinamento para a imaginação, focado em pensar possíveis traduções de ideias em gestos. Passando do virtual para o real por meio da criação de relações entre o imaginável e o possível. A metodologia CTR (Composição em Tempo Real) será utilizada, oferecendo um espaço interdisciplinar para explorar, treinar e nutrir qualidades criativas.
Contudo, a oficina é voltada para artistas, pensadores e pesquisadores que trabalham a partir do corpo, seja através das artes vivas, visuais ou cênicas. Além disso, Iván é intérprete, coreógrafo e também diretor. Dessa forma, ele faz da própria imagem uma obra de arte, explorando os suportes que sustentam as diversas manifestações, desde performances até publicações digitais.
Inscrições
As inscrições são gratuitas e devem ser feitas pelo site www.cerradoabierto.com.br, na aba “Oficinas”.
Serviço: A segunda etapa da 5ª edição do Cerrado Abierto – Mostra de Danças Contemporâneas acontece de 13 a 16 de novembro. Mais informações pelo site www.cerradoabierto.com.br, telefone (67) 98115-6071 e Instagram @aradocultural.
Fonte: Arado Cultural
