Missão da Rota Bioceânica reforça integração com o Chile

A missão técnica que percorreu o traçado da Rota Bioceânica encerrou-se em Iquique, no Chile (13), consolidando um importante movimento de integração entre Mato Grosso do Sul e os países que compõem o corredor rodoviário até o oceano Pacífico. Mais do que uma viagem, o percurso foi um exercício de visão estratégica: entender, na prática, como o novo corredor rodoviário pode fomentar a economia dos municípios sul-mato-grossenses e impulsionar o desenvolvimento regional.

Realizada pelo Sebrae/MS e pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), com apoio da Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul (Assomasul), a iniciativa da Missão da Rota Bioceânica no Chile reuniu representantes de 12 cidades que integram o programa Cidade Empreendedora: Amambai, Anastácio, Aquidauana, Bela Vista, Brasilândia, Inocência, Itaquiraí, Jardim, Maracaju, Nioaque, Porto Murtinho e Ribas do Rio Pardo.

Destino da missão

Iquique, em Tarapacá no Chile, foi destino da missão técnica realizada pelo Sebrae/MS e Governo do Estado, com o apoio da Assomasul. Durante nove dias, lideranças municipais percorreram cerca de 2 mil quilômetros, de Porto Murtinho (Brasil) a Iquique (Chile), passando por Paraguai e Argentina, para conhecer de perto a infraestrutura e as oportunidades que a integração com o Pacífico pode oferecer. Na etapa final, Iquique se destacou como um exemplo concreto do potencial da Rota Bioceânica. Localizada na região de Tarapacá, a cidade chilena abriga um dos portos mais importantes do país e a Zona Franca (Zofri), considerada um polo estratégico para o comércio internacional.

Segundo o diretor-superintendente do Sebrae/MS, Claudio Mendonça, a missão técnica é resultado de um processo de aproximação. Este processo foi construído com os países que integram a rota. Em 2024, por exemplo, a Corporação de Desenvolvimento Regional de Tarapacá e as autoridades argentinas firmaram um termo de cooperação técnica. Ela é uma entidade sem fins lucrativos sediada em Iquique. A Corporação, ademais, tem escritório em Mato Grosso do Sul. Ela atua, primordialmente, na promoção do desenvolvimento local.

Sustentabilidade dos pequenos negócios

O Sercotec firmou o termo. Esse órgão pertence ao Ministério da Economia do Chile. Consequentemente, é responsável por fomentar a sustentabilidade dos pequenos negócios. “Com parcerias como essa, ano passado trouxemos 12 empreendedoras para fazer negócios. Além disso, nesta semana, também possibilitamos a vinda de um novo grupo com o mesmo propósito. Ao trazer os prefeitos dos municípios de Mato Grosso do Sul, a gente continua estimulando o comércio. Em outras palavras, o comércio entre os dois países. Assim, fomenta-se o empreendedorismo, visto que essa aproximação traz mais segurança para os negócios. Então, o Sebrae cumpre o seu papel, fortalecendo o setor empresarial, bem como possibilitando às lideranças identificarem oportunidades de desenvolvimento. Isso ocorre a partir da integração entre os países”, expôs Mendonça.

Lideranças locais receberam os prefeitos de municípios sul-mato-grossenses

Em Iquique, lideranças locais receberam os prefeitos de municípios sul-mato-grossenses. Além disso, por representantes da Corporação de Desenvolvimento de Tarapacá. A agenda, sobretudo, foi para o fortalecimento de parcerias e à troca de experiências.

O governador de Tarapacá, José Miguel Carvajal, deu boas-vindas ao grupo e ressaltou a importância da cooperação entre os países.

“Para nós é de grande relevância poder realizar essas ações de colaboração com as lideranças, principalmente, porque estamos todos envolvidos nesse corredor bioceânico que irá impactar diretamente nos territórios. Teremos uma grande demanda, pois será possível reduzir o tempo de exportação de produtos através do porto, além de aumentar a competitividade das empresas. O Sebrae tem representado um braço de confiança para possibilitar que empresários, tanto chilenos como brasileiros, comecem a dialogar e fazer negócios. Temos grande envolvimento no comércio internacional e esperamos que o corredor bioceânico nos leve cada vez mais longe”, destacou Carvajal.

De acordo com o prefeito de Iquique, Mauricio Soria, a aproximação é fundamental para viabilizar a consolidação da rota. “Estamos concluindo um grande sonho de integrar a América do Sul a partir do corredor bioceânico. Há um crescimento da exportação de produtos entre a nossa região e a Ásia e temos um grande potencial, com anos de experiência em comércio exterior, que é a plataforma do porto de Iquique e podemos oferecer todos os serviços que Mato Grosso do Sul necessita. É muito bom recebermos autoridades do Estado para que elas possam conhecer a realidade aqui no Pacífico e trabalhar de forma conjunta”, expôs.

Acesso a novos mercados

Com localização estratégica e forte vocação para o comércio exterior, Iquique conecta a América do Sul ao mercado asiático, por meio do acesso ao Pacífico. Durante a visita, os prefeitos puderam conhecer a logística e as principais estruturas da região que favorecem a internacionalização. Um dos espaços visitados foi a Zona Franca Zofri – área com regime especial de incentivos fiscais que abriga centenas de empresas importadoras e exportadoras –, o aeroporto Diego Aracena e o porto, estrutura essencial para o escoamento de produtos de diversos países da América do Sul.

Ao encerrar a jornada no Chile, os participantes da missão técnica retornam com novas perspectivas sobre como transformar a rota em oportunidades concretas, seja por meio da exportação de produtos regionais, do turismo integrado ou da atração de investimentos que aproveitem o potencial do corredor bioceânico.

“A gente vê que o turismo é um setor muito importante e a Rota Bioceânica fomentará o setor em primeiro lugar. Sabemos que ainda faltam algumas obras de infraestrutura, principalmente na parte da Argentina, mas, de imediato, quem quiser vir até o Chile já consegue fazer o trajeto, nós mesmos viemos de carro”.

O prefeito de Porto Murtinho, Nelson Cintra, destacou que é um dos principais impactados pelo corredor bioceânico. “É muito importante conhecer a rota, visto que ela vai gerar riqueza para os municípios de Mato Grosso do Sul, assim também para o Brasil”. Ele explicou: “já que as distâncias até a Ásia diminuem, consequentemente, isso torna os produtos brasileiros mais competitivos. Além disso, permite que possamos adquirir mercadorias de outros países a preços mais acessíveis”.

Fonte: Secom/Gov.br