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Após a ingestão de metanol em bebida alcoólica, que matou cinco pessoas, o Ministério da Saúde negocia com a OMS a criação de uma reserva de antídoto. Foto: Reprodução

Ministério da Saúde negocia com OMS criação de reserva de antídoto para intoxicação por metanol

Ministério da Saúde e OMS discutem criação de reserva de fomepizol contra intoxicação por metanol

O Ministério da Saúde afirmou (30) que estuda criar uma reserva estratégica, em parceria com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e a Organização Mundial da Saúde (OMS), para garantir o acesso ao fomepizol — um dos antídotos contra intoxicação por metanol. Contudo, o Brasil não registrou a substância.

 O que é o metanol? 

É uma substância altamente inflamável, tóxica e de difícil identificação. A ingestão, inalação ou até mesmo o contato prolongado com metanol podem causar náusea, tontura, convulsões, cegueira e até levar à morte.

Hoje, existem dois produtos que podem ser usados como antídoto para intoxicação por metanol:

  1. Etanol farmacêutico — uso restrito aos 32 centros de referência em intoxicação do SUS;
  2. Fomepizol — não tem registro no país.

O fomepizol é um medicamento utilizado como antídoto nos casos de intoxicação por metanol, etilenoglicol e dietelinoglicol. Ele não está disponível no Brasil, embora conste na lista de antídotos dos medicamentos essenciais da Organização Mundial da Saúde (OMS). Hoje, ele precisa ser importado.

O Centro de Informação e Assistência Toxicológica (CIATox), da Unicamp, afirma que o fomepizol é o antídoto mais eficaz por causar menos efeitos colaterais, mas profissionais ainda usam etanol em emergências (leia mais abaixo).

“Ele vai direto na inibição da enzima que transforma o metanol em ácido fórmico, que é o agente tóxico. Ele inibe essa enzima de forma muito eficiente”, diz toxicologista.

Ministério da Saúde negocia com OMS criação de reserva de antídoto para intoxicação por metanol

Em entrevista à Globonews, o ministro afirmou que o Ministério da Saúde negocia com a Opas para viabilizar a aquisição do medicamento e reforçar os estoques de antídotos disponíveis no país. Ligada à Organização das Nações Unidas (ONU), a Opas atua na saúde pública e trabalha com os países das Américas.

“O fomepizol não tem registro no Brasil. Não tem no continente americano, em outros países, mas estamos demandando da Organização Pan-Americana de Saúde para pensar uma forma da Opas fazer a aquisição desse produto para termos uma espécie de reserva nesses centros especializados no Brasil”, disse.

Outro caso é da designer de interiores Radharani Domingos, de 43 anos, que está cega por suspeita de intoxicação com metanol após o consumo de vodca no bar Ministrão, nos Jardins, em São Paulo. Ela deixou a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) (29) e a equipe a encaminhou para o quarto. Ontem (30), a prefeitura interditou o bar.

Interdições

As autoridades interditaram (30) o bar Torres, na Mooca, na Zona Leste, um estabelecimento em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, e o bar nos Jardins. Todavia, as autoridades não divulgaram o nome do bar do ABC Paulista.

Mais de 800 garrafas de bebidas alcoólicas foram apreendidas durante fiscalizações realizadas na capital paulista entre (29) e (30) por policiais do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania, informou a Secretaria da Segurança Pública ao g1.

As apreensões ocorrem após suspeita de venda de bebidas falsificadas e adulteradas por metanol na capital. Em São Paulo, já são pelo menos 22 casos de pessoas com intoxicação por metanol, entre suspeitos e confirmados.

A Secretaria da Segurança Pública encaminhou os produtos para análise no Instituto de Criminalística (IC) da Polícia Técnico-Científica, enquanto os responsáveis pelos locais prestaram esclarecimentos na sede do Departamento.

Em Mogi das Cruzes, na Região Metropolitana, a polícia apreendeu 80 garrafas de bebidas alcoólicas diversas com indícios de adulteração e falsificação em uma adega. Contudo, a polícia investiga os proprietários do local.

Em Americana, uma ação do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) resultou em duas pessoas detidas e mais de 17,7 mil bebidas apreendidas.

Por fim, investigadores também apuram outros quatro casos na Grande São Paulo e no interior: um na Região Metropolitana, com consumo em Itu, dois em São Bernardo do Campo e um em Itapecerica da Serra.

Fonte: g1