Integrantes de um município de 800 habitantes no sul do estado, eles venceram a seletiva regional e vivem uma série de ineditismos no megaevento

Doze adolescentes do distrito de Nova América, de apenas 800 habitantes, estão vivendo uma verdadeira aventura no Rio de Janeiro, jogadores da equipe de voleibol que representa o Mato Grosso do Sul (MS), os garotos, com idade de 13 e 14 anos, estão nos Jogos Escolares Brasileiros (JEB’s) tendo a oportunidade de experimentar o poder transformador do esporte, seja como formador de uma nova geração ou como potencializador de cidadãos melhores.

Assim, é a primeira vez que os estudantes da escola estadual Frei João Damasceno representam o colégio em uma competição nacional. Em 2021, eles quase disputaram os JEB’s. No entanto, na seletiva estadual, ficaram com a medalha de prata e deixaram escapar a oportunidade. Mas, neste ano, conseguiram vencer as dificuldades, a seletiva e estão levando o nome do distrito de Caarapó, no Sul do estado do Matro Grosso do Sul, ao país.

Jogadores de MS

É a primeira vez que os estudantes viajam para fora do estado. Entrar em um avião, se hospedar em um hotel, competir contra os melhores estudantes atletas do país na faixa etária de 14 anos são novidades que eles irão carregar para o restante da vida.

“Está sendo muito divertido, porque é a primeira vez que todo mundo do time vem para cá, para os JEB’s. É a primeira vez também que quase todo mundo sai do estado”, disse Luiz Henrique, 13 anos, que não esconde o sorriso nas arenas do Parque Olímpico do Rio. “O que vou levar daqui é a diversão de jogar com os amigos. Perdendo ou ganhando, quero mesmo é me divertir e jogar com eles”, completou.

“É uma vitória chegarmos aqui. Esses garotos são na maioria de famílias carentes. A gente vem de uma realidade de poucos recursos. A gente trabalha com o pouco que tem. Aliás, alguns desses meninos têm apenas o básico para sobreviver. No entanto, apesar da dificuldade, eles amam o esporte”, explicou o professor e treinador Luis Fernando Trilha.

Auxílio Brasil

Da equipe, três estudantes são de famílias que integram Auxílio Brasil. Portanto, para os jovens de famílias em condição de vulnerabilidade social e inscritos no programa de transferência de renda do Ministério da Cidadania, os JEB’s servem como critério para indicação ao Auxílio Esporte Escolar, um dos benefícios complementares previstos.

Assim, o Auxílio Esporte Escolar garante 12 parcelas de R$ 100 para incentivar a criança a seguir praticando a atividade esportiva e uma parcela anual de R$ 1.000 para a família. Isso além do valor mínimo de R$ 600 a que cada família do programa tem direito mensalmente.  Assim, em 2021, um total de 1.405 estudantes-atletas receberam o benefício.

Além disso, os resultados também servem para indicar os medalhistas para a categoria Estudantil do Bolsa Atleta, programa voltado para o esporte de alto rendimento da Secretaria Especial do Esporte do Ministério da Cidadania.

Mar e vôlei

Além das trocas de experiências com outros jovens de várias partes do país, os estudantes conheceram o mar, andaram por pontos turísticos da capital fluminense e tiveram a oportunidade de assistir nas arquibancadas a uma partida da SuperLiga Feminina de Vôlei.

No ginásio do Tijuca, no Rio, os jovens viram o duelo entre os principais técnicos de vôlei do país. De um lado Bernardinho, comandando o Sesc-Flamengo (RJ). Do outro, José Roberto Guimarães à frente do Barueri (SP). A equipe de Barueri venceu a equipe da casa por 3 sets a 1 (parciais de 25/21, 19/25, 28/26 e 27/25).

Ao todo os estudantes de Mato Grosso do Sul obtiveram 51 medalhas nos jogos estudantis.

Fonte: Ministério da Cidadania