Decreto quer vetar consumo tanto para humanos como animais
O governo da Itália quer proibir a produção e a comercialização de comidas e rações sintéticas, conforme o rascunho de um decreto que apresentado nesta terça-feira (28) ao Conselho de Ministros pelo titular da pasta de Agricultura e Soberania Alimentar, Francesco Lollobrigida.
No texto, que ainda debatido, estão vetados os produtos para consumo humano ou animal que sejam “constituídos, isolados ou produzidos a partir de culturas celulares ou tecidos derivados de animais vertebrados para o emprego na preparação de alimentos, bebidas ou rações”.
Além da produção e comercialização interna, também proibido exportar ou importar e distribuir os itens. As sanções para quem desrespeitar as regras variam entre 10 mil e 60 mil euros (cerca de R$ 56,1 mil a R$ 336,6 mil), além do confisco do material.
Desde que assumiu o Executivo, o governo de Giorgia Meloni declarou “guerra” à comida sintética. O próprio Lollobrigida, em novembro, lançou uma pesquisa formal para investigar os efeitos dos alimentos desse tipo na saúde humana.
Em dezembro, a premiê da Itália afirmou que considera as comidas sintéticas como uma ameaça à tradição agrícola italiana e que seu governo “pretende combater em todas as instâncias a comida artificial”. .
Alimentos artificiais
A população mundial, segundo dados recentes da Organização das Nações Unidas (ONU), deve crescer rapidamente nos próximos anos, atingindo a marca de 9,7 bilhões de pessoas em 2050. Internamente, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) estima que a população brasileira alcance 233,2 milhões de pessoas no ano de 2047.
Por conseguinte, há uma preocupação genuína sobre a adequada oferta de alimentos para todos de forma igualitária e saudável no horizonte, uma vez que não é homogêneo o acesso à tecnologia, água e terras férteis. Ademais, questões políticas, estratégicas e ambientais adicionam uma fonte extra de incertezas nesse cenário conturbado.
Precocemente, Thomas Robert Malthus, demógrafo e economista britânico, analisou o desequilíbrio entre a produção de alimentos e o crescimento demográfico, registrando o alerta em suas obras e inspirando outros estudiosos. A agricultura familiar desempenha um papel importante no abastecimento de alimentos, assim como o uso de organismos geneticamente modificados e transgênicos.
Fonte: terra
