A expectativa para os próximos anos é ainda mais promissora para MS
Mato Grosso do Sul (MS) tem se destacado com o crescimento em frentes importantes, referência pelo avanço no agronegócio, o estado adotou como premissa de desenvolvimento o ‘novo agro’, baseado em um ecossistema sustentável.
No campo, segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), das cem cidades mais ricas do agronegócio, 13 estão em Mato Grosso do Sul. O que coloca o estado em segundo lugar em termos de representatividade. Entre a safra 2012/2013 e a safra 2022/2023, a área plantada aumentou 90,7%, a produção cresceu 148,1%, e a produtividade avançou 30,1%.
Ao mesmo tempo, o estado também ganha escala com o crescimento da atividade industrial. O Produto Interno Bruto (PIB) industrial sul-mato-grossense teve uma alta de 536% nos últimos 15 anos. Com isso, cerca de R$ 50 bilhões foram investidos no período.
Aliás, a expectativa para os próximos anos é ainda mais promissora. Juntos, a indústria e ‘novo agro’ devem atrair R$ 67 bilhões de investimentos privados para MS nos próximos anos. Do montante total, R$ 35 bilhões são de novas indústrias. E o restante virá de empresas de diversos setores como agronegócio, mineradoras e até uma fazenda de energia solar com recursos privados que ultrapassam R$ 8 bilhões.
MS Day
O ambiente de negócios e as potencialidades de Mato Grosso do Sul vão ser detalhados no MS Day. Um grande evento organizado pelo governo de Mato Grosso do Sul e pela Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul (Fiems). Que será realizado em São Paulo, no dia 1. Voltado a empresários, CEOs e investidores em busca da expansão dos negócios em um ambiente consolidado. Porém, com grande perspectiva de desenvolvimento.
Assim, as apresentações do MS Day serão a partir de cinco eixos temáticos: política de atração de investimentos, Estado Carbono Neutro; Rota Bioceânica; concessões e PPPs; e qualificação de mão de obra.
Nas discussões sobre política de atração de investimentos, serão apresentados projetos e estratégias de incentivo fiscal sul-mato-grossense, possibilidades de financiamento para novos empreendimentos e o modelo desburocratizado de licenciamento ambiental.
Rodovia ligará Atlântico e Pacífico
Outro destaque na pauta será a Rota Bioceânica. Megaestrada que vai ligar o Oceano Atlântico ao Pacífico, no Chile. Ela terá como porto de partida o município de Porto Murtinho (MS). Já o Corredor Bioceânico abrange uma ponte internacional, estradas e alfândegas, e permitirá reduzir em duas semanas o tempo das exportações brasileiras para a Ásia.
Assim, o corredor possibilitará reduzir de 25% a 30% os seus custos de escoamento da produção. Com os portos chilenos como alternativa para embarques para a China, o estado vai reduzir em 12 dias a navegação.
Além do corredor que deve viabilizar o estado como um importante hub logístico brasileiro e sul-americano. Além disso, a estrutura logística vai contar com uma série de frentes de trabalho por meio de concessões e PPPs.
Há projetos para rodovias estaduais e federais, como a BR-163, novas ferrovias, aeroportos regionais e portos para alavancar ainda mais a infraestrutura logística.
Também estão incluídas nesse eixo as melhorias em tecnologia e telecomunicações, energia limpa e renovável, saneamento básico e meio ambiente temas essenciais para o desenvolvimento.
Estado com pleno emprego
A qualificação de mão de obra, outro eixo do MS Day, conta com o apoio de programas de formação em 28 áreas, que vai desde iniciação profissional até pós-graduação. Em um momento de pleno emprego, o estado é um forte gerador de postos de trabalho. Com seis mil empresas ativas, Mato Grosso do Sul gerou 9,7 mil vagas em 2022.
Segundo a Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Su (Fiems), os investimentos industriais podem chegar a R$ 67 bilhões nos próximos anos, graças a projetos como a ampliação da produção de celulose (com a construção de uma nova fábrica da Suzano e a instalação da Arauco). Além disso, o estado deve atrair projetos nas áreas de processamento de grãos, floresta, carnes e geração de energias renováveis.
Projetos ambientais pioneiros
O eixo Carbono Neutro aborda os instrumentos econômicos usados em Mato Grosso do Sul para avançar na redução das emissões de CO2 até zerá-las, a criação do inventário estadual de gases de efeito estufa, o acordo climático do estado e as políticas que orientam temas como transição energética, o combate ao desmatamento ilegal e a valorização de ativo ambientais.
Além disso, Mato Grosso do Sul é o primeiro estado brasileiro a se comprometer em zerar as emissões de carbono. A Lei Estadual n° 4.555 (de 15/07/14) instituiu a Política Estadual de Mudanças Climáticas (Pemc) e o Plano Estadual MS Carbono Neutro (Proclima).
Assim, o plano estabelece um conjunto de ações e medidas de responsabilidade do poder público, das atividades econômicas e da sociedade para zerar as emissões de gases de efeito estufa a partir de 2030. Com isso, o estado pretende antecipar em 20 anos a meta de 2050, estabelecida no Acordo de Paris.
Emissão líquida zero
Desse modo Até 2030, o Governo de Mato Grosso do Sul irá atingir o estágio de estado com emissão líquida zero (ELZ, ou Carbono Neutro) graças a ações coordenadas e integradas e a adoção de medidas traçadas a partir de eixos de trabalho: agronegócio, mudança no uso da terra e de florestas, energia, tratamento de resíduos e processos industriais.
Nesse contexto, vale destacar ações concentradas em manejo de solo, redução dos níveis de fermentação entérica, manejo de dejetos suínos e controle da queima de resíduos agrícolas. Já o uso da terra e de florestas prevê a adoção de medidas para a restauração de Áreas de Preservação Permanente (APPs) e de Reservas Legais, redução dos incêndios em áreas nativas e florestas plantadas.
Assim, essa série de condições ambientais reforça as vantagens de Mato Grosso do Sul para investidores e empresários. Principalmente depois que entrou em vigor a Lei Antidesmatamento, da União Europeia. Que aliás, prevê multas pesadas a importadores que comprarem uma lista de mercadorias com origem no agro.
Fonte: valor