O que a ciência mostra em relação à imobilização para várias doenças é que, se utilizada em excesso, pode mais atrapalhar do que ajudar
Imobilização já foi talvez o princípio mais nobre da ortopedia. Para que um tendão, ligamento ou osso pudesse recuperar, era um consenso de que o membro/a articulação deveria ser imobilizada. Mas isso mudou, e muito (e que bom que isso aconteceu!).
Contudo, na medicina avança com ciência, evidências científicas. O que elas nos mostraram em relação a imobilização para várias doenças é que, se utilizada em excesso, pode mais atrapalhar do que ajudar.
Ciência e opinião
Não estou aqui defendendo que a imobilização deve ser abandonada em todos os casos. Mas, não é isso. É que devemos racionalizar o seu uso e entender as sérias repercussões que advém do seu uso.
Nesse caminho, temos para várias condições o uso de tratamento funcionais. O tratamento funcional significa tratar alguma patologia de modo a fazer com que o paciente retorne o mais precocemente possível para as suas atividades cotidianas. E afinal, não é isso que todos queremos?
Por isso, nesse contexto de funcionalidade, a imobilização é utilizada de maneira inteligente, limitando os movimentos que precisam ser limitados, permitindo aqueles que podem ser permitidos, liberando o apoio no chão de forma precoce e interrompendo a imobilização definitivamente assim que seguro.
Um exemplo muito interessante da utilização dessa ideia é o tratamento das torções do tornozelo. Mas, antigamente, imobilizar os pacientes com gesso e impedi-los de pisar no chão era o tratamento mais recomendado.
Sendo assim, hoje em dia, o apoio precoce é necessário e a imobilização em muitos casos pode ser feita apenas com uma tornozeleira. Bacana né? E o que é mais importante, essa forma mais “agressiva” de se tratar esse problema gera melhores resultados e traz mais benefício aos pacientes.