iFood e Uber se unem em operações a partir do segundo semestre em cidades selecionadas, com previsão de expansão para outras localidades
Na esteira de investimentos na casa de bilhões por gigantes de delivery no Brasil, iFood e Uber anunciaram (14) uma parceria estratégica que permitirá aos usuários usarem os serviços nas duas plataformas.
A nova funcionalidade habilitará que clientes do iFood solicitem um Uber no app de delivery, ao mesmo tempo que usuários da Uber poderão pedir comida ou fazer compras em supermercados e farmácias a partir da plataforma da gigante de mobilidade.
Assim, as novas operações devem estar disponíveis nas plataformas em cidades selecionadas a partir do segundo semestre deste ano, com previsão de expansão para outras localidades.
De acordo com as companhias, pelo lado da Uber não haverá mudanças nas operações de entregas para empresas (Uber Direct). Além disso, também não haverá alterações no serviço de entrega de pacotes (Uber Flash). Ou seja, esses serviços continuarão sendo solicitados pelo app da Uber e entregues por motoristas e entregadores parceiros da empresa.
Já os atuais serviços prestados pelo iFood deverão se manter como estão. Ou seja, isso inclui a funcionalidade “Sob Demanda”, que oferece entrega para quem opera dentro e fora do app.
“Hoje, apenas cerca de metade dos usuários usa as duas plataformas de maneira recorrente. Então, essa parceria representa mais um grande passo na nossa missão de ajudar as pessoas a irem a qualquer lugar e assim, obterem qualquer coisa com um toque”, diz Dara Khosrowshahi, CEO da Uber.
Para Diego Barreto, CEO do iFood, a integração marca um avanço no processo de inovação entre as companhias.
“Acreditamos que essa parceria vai impulsionar mais pedidos aos restaurantes, bem como a mercados, farmácias e conveniência em geral; ou seja, vai gerar mais renda aos entregadores e motoristas, bem como simplificar ainda mais a vida dos consumidores”.
Mercado aquecido
A parceira estava sendo conversada há meses e foi divulgada em um momento de impulso do bilionário mercado de delivery brasileiro, com investimentos nacionais e de companhias estrangeiras.
Nesse sentido, a chinesa Meituan anunciou nesta semana, planos para desembarcar no Brasil com um investimento de US$ 1 bilhão, ou seja, cerca de R$ 5,6 bilhões.
A Meituan vai operar no país sob a marca de sua subsidiária global Keeta, também presente em Hong Kong e na Arábia Saudita.
A Keeta fala em lançar oficialmente seu serviço de entrega no Brasil nos próximos meses e já começou a contratar. Seu portal oferece cerca de 50 vagas no país, de diretor e gerente a engenheiros e por fim, operadores. A empresa conta com cerca de 770 milhões de usuários ativos só na China.
Rappi
No início deste mês, a Rappi divulgou o plano de investimentos de R$ 1,4 bilhão na operação brasileira até 2028. 40% do aporte, cerca de R$ 560 mil, será destinado à área de restaurantes, com a isenção de tarifas de intermediação para todos os estabelecimentos atuais e novos parceiros, até o dia 31 de julho.
Dessa forma, a medida será implantada de forma gradual por todo o país. Em paralelo, a empresa prevê consolidar-se em mais de 300 maiores municípios brasileiros até 2028.
99food
Já em abril, a 99 anunciou o relançamento do seu serviço de entrega de comida da plataforma. Assim, o 99food deve voltar a operar a partir do segundo semestre, após ser descontinuado em 2023.
A retomada faz parte do investimento de R$ 1 bilhão que a empresa chinesa vai desembolsar para expandir as operações no Brasil.
40% do aporte, cerca de R$ 560 mil, será destinado à área de restaurantes. Haverá isenção de tarifas de intermediação para todos os estabelecimentos, atuais e novos parceiros, até o dia 31 de julho.
O valor engloba aportes nos diferentes braços de atuação da 99 no Brasil. Isso inclui mobilidade urbana, serviços de entrega, soluções financeiras via 99Pay e, agora, entrega de comida.
Automóveis, motos e bicicletas
Também no mês passado, o iFood informou o aumento do pagamento mínimo para entregas. O valor passou dos atuais R$ 6,50 para R$ 7,50 para automóveis e motos. Para bicicletas, o pagamento subiu de R$ 6,50 para R$ 7. As mudanças passam a valer no dia 1° de junho.
Os aumentos para os entregadores de bicicleta são de 7,7%, enquanto para os entregadores de carro e moto o aumento será de 15,4%.
Os trabalhadores recebem valores adicionais por cada entrega extra feita na mesma rota ou por quilômetro rodado, além da taxa mínima.
Em paralelo, o iFood padronizou, desde janeiro, as entregas feitas com bicicleta em até quatro quilômetros e ampliará o seguro em caso de ferimento grave ou falecimento.
Fonte: cnn