Se alguém sofreu um derrame (AVC), quanto mais cedo receber atendimento médico adequado, melhor
Uma ferramenta de inteligência artificial (IA) para smartphone pode ajudar bastante a detecta o derrame, já que suas capacidades permitem observar, com rapidez, se o paciente sofreu ao analisar vídeos de seu rosto.
Assim, os sintomas dos derrames muitas vezes podem ser sutis e/ou ambíguos. Nesses casos, os pacientes devem ter avaliação por meio de uma série de exames assim que chegam ao hospital. Aliás, se esses testes indicarem que ocorreu o derrame, só aí o verdadeiro tratamento começa.
No entanto, se os médicos soubessem que um paciente que chega já era uma vítima confirmada de derrame, o tratamento poderia começar assim que essa pessoa chegasse ao hospital. É quando entra essa ferramenta de IA.
Simetria do rosto ajuda IA a detectar derrame
- Desenvolvido por uma equipe de cientistas brasileiros, o software usa algoritmos de IA para analisar vídeo do rosto do paciente enquanto ele sorri;
- Se os movimentos musculares do rosto forem excessivamente assimétricos, o software alerta o usuário que o paciente sofreu recentemente um derrame;
- O sistema utiliza o Sistema de Codificação de Ação Facial existente, no qual as expressões faciais divididas em componentes individuais do movimento muscular chamados Unidades de Ação.
“Um dos principais parâmetros que afeta as pessoas com derrame é que os músculos faciais normalmente se tornam unilaterais. De modo que um lado da face se comporta de maneira diferente do outro lado da face”. Diz o cientista-chefe, Guilherme Camargo de Oliveira.
“Temos as ferramentas de IA e as ferramentas de processamento de imagem que podem detectar se há alguma alteração na assimetria do sorris, essa é a chave para a detecção, no nosso caso”, completa o médico.
Quando testado em vídeos faciais de indivíduos pós-derrame e voluntários saudáveis. O sistema provou ser 82% preciso na identificação de pacientes que sofreram o derrame. Além disso, esse número deve melhorar à medida que a tecnologia for desenvolvida.
Exames mais abrangentes
Os planos, agora, exigem que a ferramenta seja convertida em aplicativo, que os paramédicos poderão usar para detectar AVCs no local em questão de segundos.
Aliás, vale ressaltar que, em todos os casos, exames mais abrangentes, como tomografias computadorizadas, acabariam sendo realizados no hospital. Um estudo sobre a ferramenta publicado recentemente na Computer Methods and Programs in Biomedicine.
O trabalho tem DNA brasileiro, sendo uma colaboração entre o grupo de pesquisa Recogna, da Universidade Estadual Paulista (Unesp) de Bauru, e cientistas do Instituto Real de Tecnologia de Melbourne(RMIT), na Austrália. Com liderança do cientista Guilherme Camargo, doutorando pelo RMIT e pela Unesp, orientado pelo professor Dr. João Paulo Papa, e pelo cientista da computação Dr. Leandro Passos.