Seus apoiadores denunciam que o processo é uma retaliação do governo de Paul Kagame
O ativista Paul Rusesabagina, reconhecido mundialmente por ter salvado cerca de 1,2 mil pessoas durante o genocídio tutsi em Ruanda, Hotel Ruanda, foi condenado nesta segunda-feira (20), a 25 anos de prisão por “financiamento de terrorismo”.
Burundi
Antes do processo, Rusesabagina havia admitido participação na fundação do MRCD, mas negou que o grupo tivesse escopo terrorista. “Meu trabalho dizia respeito à plataforma política, e minha função era diplomática”, justificou o ativista em setembro de 2020.
Hotel Ruanda
Durante o genocídio tutsi, no início da década de 1990, o hutu Rusesabagina usou sua influência como diretor de um hotel frequentado por diplomatas na capital Kigali. Isso para garantir uma fuga segura para cerca de 1,2 mil pessoas.
A história foi, dessa maneira, parar no cinema com o filme ‘Hotel Ruanda’, no qual Don Cheadle interpretou o ativista. Rusesabagina, no entanto, saiu de Ruanda em 1996, alegando que não havia espaço para a oposição. E tornou-se crítico de Kagame, um dos líderes da guerrilha tutsi que derrotou os genocidas e que é presidente desde 2000.
O genocídio de 1994 deixou, portanto, entre 800 mil e 1 milhão de mortos em apenas três meses, em um país com pouco mais de 10 milhões de habitantes. Rusesabagina vivia em autoexílio e foi preso em agosto de 2020, após um avião no qual ele havia embarcado para o Burundi ter pousado em Kigali, capital de Ruanda.
Ft: terra