Governo lança crédito para agricultores endividados
O governo federal lança nesta sexta-feira (5) um crédito de ajuda a agricultores endividados que deve ficar entre R$ 10 bilhões e R$ 12 bilhões para novos empréstimos usados para quitar dívidas antigas, disse à Reuters o deputado federal Paulo Pimenta (PT-RS).
Uma Medida Provisória com os detalhes do programa e os recursos previstos tem previsão de assinatura ainda nesta sexta-feira pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A proposta, que será apresentada pelos ministros da Agricultura, Carlos Fávaro, e do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, na abertura da feira agropecuária Expointer, no Rio Grande do Sul, mira produtores que estão em atraso com os empréstimos agrícolas devido a crises ambientais que o país registrou nos últimos anos.
“Para acessar esses recursos há alguns critérios. Entre eles, a localidade de produção precisa ter tido pelo menos duas situações de emergência nos últimos cinco anos. Além disso, o produtor deve ter registro de perdas superiores a 30% da safra”, explicou Pimenta.
A proposta foi fechada em uma reunião (4) convocada pelo presidente que reuniu no Palácio da Alvorada os ministros da Fazenda, Fernando Haddad; e da Casa Civil, Rui Costa; além de Fávaro, Teixeira e a presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros.
O governo vai liberar recursos para novos financiamentos. Esses financiamentos precisam ter destino aos produtores, com o obejtivo de quitarem suas dívidas antigas. Para dar um fôlego maior a eles, o governo vai subsidiar os juros. De acordo com Paulo Pimenta, deverão ser de 6% na linha do Pronaf, para agricultores familiares, 8% no Pronampe, programa para os médios produtores, e 10% para os maiores produtores.
Os empréstimos terão ainda um período de carência de um a dois anos, e oito anos para pagamento
A decisão do governo, primeiramente, vem após dificuldades climáticas. As dificuldades incluíram secas extremas em todo o país. Ademais, houve a enchente recorde no Rio Grande do Sul. O Estado é um dos mais prejudicados. Ele teve três anos de seca seguidos pela enchente histórica de 2024. Assim, o Rio Grande do Sul será o principal beneficiado. Entretanto, a medida se estende por todo país.
A medida, da mesma forma, deve aliviar a situação do Banco do Brasil, visto que a instituição sentiu o peso do aumento da inadimplência de produtores rurais. Isso aconteceu em seu resultado do segundo trimestre. Em meados de agosto, os executivos do banco falaram sobre isso. Afinal, a instituição é uma das maiores financiadoras do agronegócio no país. Eles disseram que o desempenho do banco no terceiro trimestre viria pressionado. O motivo era o calote na carteira do agronegócio.
Fonte: Infomoney