No momento, você está visualizando Governo finaliza plano para enfrentar tarifaço dos EUA e deve anunciar medidas até terça
O governo federal, finalizou plano para enfrentar tarifaço dos EUA, medidas devem sair até terça-feira (12). Foto: Reprodução/Redes Sociais

Governo finaliza plano para enfrentar tarifaço dos EUA e deve anunciar medidas até terça

O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, anunciou que o governo federal finalizou um plano de contingência para proteger os setores da economia brasileira mais afetados pelo tarifaço de 50% imposto pelos EUA

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, anunciou (7) que o governo federal finalizou o plano de contingência para proteger os setores da economia brasileira mais impactados pelo tarifaço de 50% imposto pelos EUA. Contudo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu a proposta (6), e o governo deve divulgá-la oficialmente até a próxima terça-feira (12).

Alckmin afirmou que o plano tem como objetivo central apoiar as empresas com maior volume de exportações para o mercado norte-americano, principalmente aquelas diretamente atingidas pelo aumento das tarifas. Ele destacou que o governo fará uma análise setorial criteriosa para entender o impacto em diferentes segmentos e regiões. Como exemplo, citou o estado do Ceará, que possui alta dependência das exportações aos EUA.

“Mais da metade das exportações brasileiras foram excluídas do tarifaço. Cerca de 45% estão fora da ordem executiva, enquanto 18% se mantêm sob a seção 232, com alíquotas equivalentes às praticadas no mundo. Isso não compromete a competitividade. Mas aproximadamente 37% a 38% das exportações sofrerão impacto com tarifas que somam 10% mais 40%, o que é um nível altíssimo”, explicou o vice-presidente.

Além das medidas emergenciais para os setores mais afetados, o governo brasileiro também busca reverter a decisão junto aos EUA

Alckmin afirmou que o Brasil segue apostando no diálogo diplomático, ressaltando os impactos negativos que o tarifaço pode trazer à própria economia americana.

“É uma política perde-perde. Vai encarecer produtos americanos e romper cadeias produtivas. No caso do aço, por exemplo, somos grandes importadores de carvão siderúrgico. Produzimos aço semiplano, exportamos para os EUA e lá o material é usado na fabricação de automóveis, máquinas, aviões. Ao impor tarifas, o custo aumenta para todos”, afirmou.

Alckmin se reuniu nesta quinta-feira com o encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Escobar. No encontro, os participantes discutiram possibilidades de cooperação em áreas como data centers, big techs e minerais estratégicos — numa tentativa de abrir canais de negociação mais amplos.

Tarifas já em vigor

As tarifas de 50% sobre produtos brasileiros passaram a valer (6), por ordem executiva do ex-presidente Donald Trump, retomada pela atual administração dos EUA. Todavia, a justificativa da Casa Branca foi de que o Brasil representa uma “ameaça incomum e extraordinária” à segurança nacional e à economia americana — argumento refutado pelas autoridades brasileiras.

O governo informou que a nova tarifa impactará diretamente cerca de 35,9% das exportações do Brasil para os Estados Unidos. Por outro lado, a medida poupou itens como suco de laranja, aeronaves civis, petróleo, veículos e peças, fertilizantes e produtos energéticos.

Por fim, a expectativa do governo brasileiro agora é mitigar os danos no curto prazo e seguir apostando em negociações para derrubar a medida — considerada injusta e prejudicial tanto para o Brasil quanto para os Estados Unidos.

Fonte: agência brasil