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Para fugirem da IA, jovens da Geração Z estão optando por empregos técnicos, como carpinteiro e soldador. Foto: Freepik

Geração Z está trocando faculdade por empregos técnicos que a IA não faz, mas também há problemas

Jovens da geração z, estão deixando de lado a faculdade, para atuarem em empregos técnicos, confira

Os empregos técnicos estão em alta entre jovens da Geração Z. Apresentados como uma alternativa mais inteligente e segura aos cursos universitários caros e considerados “irrelevantes” — e aos cargos iniciais de escritório, que CEOs de tecnologia alertam estar na mira da IA — as profissões manuais tradicionais estão voltando a atrair jovens entre 13 e 28 anos.

Segundo levantamento de 2024 da empresa de pesquisas Harris, feito para a Intuit Credit Karma, cerca de 78% dos americanos percebem um aumento no número de jovens optando por trabalhos como carpintaria, elétrica e soldagem.

E os números confirmam: a matrícula em escolas técnicas cresceu fortemente após a pandemia. Todavia, superando até mesmo a taxa de ingresso nas universidades.

Isso faz sentido: salários de seis dígitos sem dívida estudantil, liberdade de trabalhar por conta própria e habilidades práticas e reais que não podem ser substituídas por chatbots. Mas novas pesquisas indicam que a realidade não é tão estável ou à prova de futuro quanto parece.

Segundo estudo da WalletHub, profissões técnicas estão nas últimas posições no ranking de melhores empregos de entrada nos EUA para 2025. Contudo, soldadores, mecânicos automotivos, caldeireiros e desenhistas industriais estão entre as piores opções para começar a carreira.

Mais preocupante ainda: inspetores prediais, eletricistas e encanadores têm a maior taxa de desemprego do estudo — 7,2%, mais que o triplo da verificada em cargos administrativos de entrada, como analistas financeiros ou orçamentários, cuja taxa está mais próxima de 2%.

Os 10 piores empregos de entrada

De acordo com os pesquisadores, essas profissões tiveram baixa pontuação devido à disponibilidade limitada de vagas, fraco potencial de crescimento e risco à segurança física.

Além disso, embora se presuma que a natureza física desses trabalhos os tornaria imunes à automação, o analista da WalletHub, Chip Lupo, explicou à revista Fortune que essas atividades também estão vulneráveis.

“Novas tecnologias, como pré-fabricação e robótica, estão começando a substituir partes do trabalho, o que reduz a demanda”, afirma Lupo.

Assim como os trabalhadores de escritório, que enfrentam demissões em massa e estão sujeitos a recessões, altas de juros e flutuações de mercado, os profissionais técnicos também são afetados pela economia.

“Empregos técnicos estão fortemente ligados a setores como construção civil e manufatura, o que os torna sensíveis a mudanças econômicas. Quando esses setores desaceleram, os projetos são adiados ou cancelados, levando a cortes de vagas”, diz Lupo.

“Além disso, algumas dessas funções são sazonais, ou seja, clima ruim ou meses de retração podem interromper obras e manutenções por várias semanas.”

Profissionais técnicos estão entre os trabalhadores menos felizes

Nem todo mundo busca essas profissões pelo dinheiro. Muitos jovens da Geração Z disseram à Fortune que o principal atrativo é a liberdade de ser o próprio chefe e não ficar preso atrás de uma mesa.

Mas, na prática, isso pode não deixá-los mais felizes do que um emprego comum de escritório das 9h às 17h. Isso porque essas liberdades vêm acompanhadas de longas jornadas e trabalho físico intenso.

Um outro estudo classificou eletricistas como os trabalhadores menos felizes de todos. A pesquisa apontou que o esforço físico exigido e as jornadas de mais de 40 horas por semana não compensam o salário apenas “razoável”.

Trabalhadores da construção, gerentes de depósito e gerentes de obras também estão entre os mais infelizes. Por conta dos horários imprevisíveis e da natureza estressante e exaustiva das funções. Alarmante: nenhuma profissão técnica apareceu na lista de trabalhos mais felizes.

Fonte: estadão