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Financiamento climático ainda gera impasses na COP. Foram anunciados até agora o equivalente a 23% do necessário para combater a crise Foto: Tânia Rêgo/Ag. Brasil

Financiamento climático segue como impasse em última semana da COP30

Financiamento climático ainda gera impasses na COP

Na última semana da COP 30, o modelo de financiamento climático ainda gera impasses nas negociações. O tema levanta divergências entre países ricos e em desenvolvimento.

O centro do impasse é que as maiores economias do planeta cobram metas mais duras contra o aquecimento global e uma divulgação mais frequente de dados sobre o tema. Do outro lado, os emergentes argumentam que só poderiam avançar com esses objetivos se as grandes potências realizarem mais investimentos.

Alckmin cobrou aumento na verba de financiamento

O vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin (PSB), cobrou (17) aumento na verba de financiamento ao combate das mudanças climáticas. Além disso, afirmou que o tempo de promessas “já acabou”.

“A transição energética deve ser justa. Não pode deixar ninguém para trás. Queremos que ela gere emprego, renda e desenvolvimento”, disse Alckmin. Ainda mais, destacou que a transição deve beneficiar todas as regiões e servir como modelo de cooperação para outras nações.

A presidente da Assembleia Geral da ONU, Annalena Baerbock, endossou o discurso de Alckmin. Segundo ela, “o dinheiro existe, ele simplesmente precisa ser redirecionado”. Nesse sentido, afirmou que, em um mundo de abundância, o problema não é a capacidade do capital, mas sim o destino que ele recebe.

Foram anunciados até agora o equivalente a 23% do necessário para combater a crise climática

Entretanto, o capital ainda encontra dificuldades para circular pela COP30 no momento. De acordo com apuração da CNN Brasil, foram anunciados até agora US$ 200 bilhões para combater a crise climática. Esse valor representa apenas 23% do considerado necessário anualmente para a próxima década.

A contribuição, contudo, ocorreu majoritariamente por meio de bancos multilaterais e investidores privados. Até o momento, não houve verba de países, visto que ainda falta um acordo global sobre o tema.

O secretário executivo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, Simon Stiell, criticou a velocidade para as decisões.

“Mas, amigos, não houve progresso no ritmo das mudanças na economia real nessas salas de negociações. O espírito está lá, mas a velocidade não”, apontou Stiell.

Durante a fase política das negociações, os ministros de mais de 150 países que estão em Belém devem tentar destravar os investimentos e a pauta da COP de modo geral.

Semana de negociações

Os ministros marcarão a última semana da COP30 com uma série de negociações. Além disso, as conversas buscam destravar a pauta principal da conferência. A maioria das autoridades tem carta branca dos líderes dos países para buscar acordos. Nesse sentido, atuam especialmente nos pontos sensíveis em que as áreas técnicas não conseguiram avançar.

Ao mesmo tempo, visando o fortalecimento das negociações e evitando novo impasse, o presidente Lula (PT) irá ao evento nesta quarta (19). Ainda mais, diplomatas avaliam que a ida do presidente representa um peso político importante. Assim, sua presença pode fazer a agenda avançar e gerar maior consenso entre as delegações.

Em outra frente, Lula também deve atuar para incluir na declaração final da COP uma citação ao mapa do caminho para o fim dos combustíveis fósseis. A princípio, essa proposta se tornou uma das principais bandeiras do brasileiro desde a Cúpula dos Líderes. Dessa forma, o governo busca consolidar a liderança do país nas discussões climáticas.

Fonte: cnn