O Facebook teria se recusado a bloquear postagens que estimulavam a violência
Um processo foi movido contra a Meta, dona do Facebook, que é acusada de permitir postagens de ódio que inflamaram a guerra em Tigray, região da Etiópia. Sendo assim, a ação coletiva foi aberta esta semana e pede uma indenização que gira em torno de US$ 2 bilhões (cerca de R$ 10,5 bilhões).
Assim, o caso segue uma apuração feita em fevereiro, por meio de um relatório do Observer, e ação anterior chegou a ser arquivada no Superior Tribunal de Nairóbi, capital do Quênia – onde ocorre as operações da Meta na África subsaariana. O Facebook teria se recusado a bloquear postagens que estimulavam a violência.
Nesse contexto, os sistemas de recomendações do Facebook teriam amplificado postagens odiosas durante os conflitos no norte da Etiópia. Que durou mais de dois anos até ocorrer um acordo de cessar-fogo no mês passado. Aliás, o processo também busca a construção de um fundo de US$ 1,6 bilhão para vítimas de discurso de ódio.
Além disso, uma das pessoas que participaram da petição é Abrham Meareg, um acadêmico etíope de etnia Tigrayan. Segundo ele, seu pai foi alvo de mensagens racistas antes de seu assassinato, em novembro do ano passado. E o Facebook não removeu as postagens discriminatórias, apesar dos pedidos.
Guerra contra o Facebook
“Estou processando o Facebook para que ninguém volte a sofrer como minha família. Certamente, estou buscando justiça para milhões de meus compatriotas africanos feridos pelo lucro do Facebook – e um pedido de desculpas pelo assassinato de meu pai”, afirmou Meareg, em entrevista ao Fudzilla.
No relatório do Observer de fevereiro, junto de uma análise do Bureau of Investigative Journalism (TBIJ). Foi descoberto que o Facebook permitia a publicação de conteúdos que incitavam a violência por meio de comentários de ódio e desinformação. Apesar da questão ter estimulado as tensões em Tigray, com vários mortos e refugiados na guerra. Dessa forma, a rede social aparentemente não se preocupou em remover as postagens.
Ben Walters, porta-voz do Facebook, alegou que não poderia comentar sobre o processo, por não ter recebido nenhuma notificação sobre a questão. Segundo a plataforma, continua sendo desenvolvidos recursos que procuram detectar conteúdo infrator nos idiomas mais falados na Etiópia.
“Temos regras rígidas que descrevem o que é e o que nãotem permissão no Facebook e no Instagram. Discurso de ódio e incitação à violência são contra essas regras e investimos fortemente em equipes e tecnologia para nos ajudar a encontrar e remover esse conteúdo”, comentou Walters à agência Associated Press.
Fonte: olhardigital