Exportações do Brasil para os EUA caem em outubro, mas vendas totais do país seguem em alta
Os dados da balança comercial divulgados (6) mostram que as exportações do Brasil para os EUA caíram 37,9% em outubro, a mais acentuada queda desde a entrada em vigor do tarifaço de 50% imposto por Donald Trump aos produtos brasileiros. No entanto, a queda das vendas para os EUA, não impactou o restante das exportações do país. Os embarques no total cresceram 9,1% em relação ao mesmo mês do ano passado. Já as importações caíram 0,8% nessa mesma comparação.
Para a Câmara de Comércio Americana, a terceira retração consecutiva” evidencia a intensificação dos efeitos negativos das tarifas sobre o fluxo comercial entre os dois países. Impactando cadeias produtivas integradas, investimentos e empregos em ambas as economias”. Esses efeitos se somam à menor demanda nos Estados Unidos e à redução de preços internacionais para alguns produtos, como petróleo e derivados.
Amcham pede retomada do diálogo comercial
Para Abrão Neto, presidente da Amcham Brasil, a forte contração nas exportações brasileiras para o mercado americano em outubro reforça a urgência de uma solução para normalizar o comércio bilateral.
– É essencial que o valioso impulso político gerado pelo recente encontro entre os presidentes Lula e Trump seja aproveitado para alavancar avanços concretos nas negociações entre os dois países.
Lucas Barbosa, economista da AZ Quest, salienta que o resultado reflete as diversas questões tarifárias impostas ao Brasil, que têm gerado dificuldades, e, em alguns casos, até impedido que os produtores brasileiros consigam exportar para o mercado norte-americano. No entanto, o volume total das nossas exportações vem atingindo recordes. Impulsionado pela diversificação não apenas da pauta de países, mas também da pauta de produtos.
Ele cita que vários países registraram crescimento no volume exportado em relação a outubro de 2024. Como, Turquia (69,4%), Egito (58,8%) e Emirados Árabes, com alta de 55,8%;
– Embora esses países ainda não tenham o mesmo peso dos Estados Unidos e da China. A diversificação da pauta exportadora e as exportações para esses novos destinos têm compensado parcialmente o impacto negativo do mercado norte-americano. Esse processo não começou apenas após as tarifas, mas vem se consolidando ao longo dos últimos anos.
Fonte: o globo



