Exportações brasileiras de carne bovina atingem recorde
As exportações brasileiras de carne bovina in natura atingiram um patamar recorde em setembro: 314,7 mil toneladas, conforme dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Os números representam uma alta de 25,1% frente o mesmo mês do ano passado.
De acordo com análise do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), os embarques da proteína em 2025 superaram todos os resultados mensais obtidos no ano anterior. Sendo assim, o acumulado dos três primeiros trimestres deste ano já representam 85% do total exportado em 2024.
Com isso, o ano caminha para ter o maior resultado da história, apesar do tarifaço dos Estados Unidos em andamento. Além disso, em termos financeiros, os embarques de carne bovina em setembro trouxeram quase R$ 9,5 bilhões em receita. O avanço ocorre mesmo com a desvalorização do dólar nos últimos dias do mês.
Como fica o escoamento no mercado interno
Os pesquisadores do Cepea destacam que no mercado interno, que fica com cerca de 70% da carne bovina produzida no país, as vendas seguem em ritmo normal. Na Grande São Paulo, o preço da carcaça casada de boi teve média à vista de R$ 21,24/kg (6). Segundo representantes de alguns frigoríficos, os estoques de carne, que antes estavam altos, voltaram à normalidade.
Brasil abastece países exportadores de carne bovina para os EUA
O Brasil se tornou fornecedor de países que, por sua vez, vendem sua própria produção aos norte americanos, aproveitando o preço mais competitivo da proteína nacional. Hoje, o Brasil tem a carne mais barata no mercado.
Essa inversão de papéis tem o Paraguai como principal destaque. Isto é, as exportações brasileiras de carne bovina para o país vizinho dispararam. Ainda mais, o aumento foi de quase 180% entre julho e agosto. Além disso, as exportações subiram cerca de 50% no acumulado do ano de 2025. Portanto, isso ocorre em comparação com 2024.
O Paraguai está comprando a carne brasileira mais barata para abastecer seu mercado interno. Com o consumo doméstico já suprido pelo produto importado, o volume de carne produzida localmente é liberado e direcionado para exportação – principalmente para mercados com preços mais altos, como os Estados Unidos.
Fonte: Canal Rural