A pesquisa rastreou tendências locais e globais dos lares, considerando o que o consumidor deseja em relação a sua casa
Antes da pandemia, a casa era vista como um local de passagem, durante a crise, a vida precisou caber dentro de casa, e hoje, ela gera macrotendências para morar. O que as pessoas buscam agora é se sentir felizes dentro de casa, e isso significa abraçar a diversidade no morar, tanto de gerações, como de moradias solo e famílias multiespécies.
Além disso, uma casa melhor é mais flexível e tem mais acessibilidade, dialoga com seu entorno e atua como um ponto de conexão entre indivíduo, comunidade e planeta. É o que revela o recém-lançado estudo O Futuro do Morar. Assim, realizado pela Dexco, em parceria com a empresa de análise de tendências Spark: off, e apresentado pelas marcas Deca, Portinari, Duratex, Castelatto e Ceusa.
“Hoje, as pessoas trabalham, recebem familiares e amigos para momentos de descontração e lazer, e também buscam refúgio e autoconexão dentro de casa. Desta forma, vemos que ela se tornou esse espaço cheio de significado e funções”. Explica Mateus Silveira, head do Design Office da Dexco e responsável pela condução do estudo.
Assim, a pesquisa rastreou tendências locais e globais dos lares. Considerando o que o consumidor deseja em relação a sua casa ao analisar comportamentos das pessoas, e ouviu especialistas de áreas correlata para identificar novos desejos e valores de consumo. Participaram do estudo Alexandre Frankel (real estate), Felipe Hess (arquiteto), Gilberto Elkis (paisagista), Guto Requena (arquiteto e designer), Jader Almeida (designer), Luis Fronterrota (eventos). Marcio Kogan (arquiteto), Percival Lafer (arquiteto e designer), Rita Lobo (culinária), Talita Franco (bem-estar), Vinícius Zanchin (energia) e Wellington Melo (hospitalidade).
Dessa forma, o resultado são cinco grandes tendências e comportamentos de consumo que devem se manifestar daqui pra frente. Por meio das quais pode ser enxergado o morar do futuro. Também servirá como um norte para as marcas da Dexco entenderem onde e como investir no desenvolvimento de produtos para atender às novas demandas do morar. Confira mais abaixo:
1- Work Life Revolution
A Networked home, ou casa conectada, é o lar com a vida produtiva e adaptada para o trabalho remoto. O conceito representa a automação da casa com tecnologia, que facilita o dia a dia dos moradores.
Segundo o estudo, 57% da população brasileira acredita que tecnologias em smart homes ganharão mais espaço e terão mais impacto sobre suas vidas nos próximos anos. E 80% dos brasileiros acreditam que a prioridade na Internet das Coisas deve ser em segurança e no monitoramento das residências (Fonte: GFK). Essa conectividade também deve ser entendida no sentido mais amplo da palavra. Assim, representando uma conexão com a sustentabilidade e preservação da natureza, com práticas mais equilibradas.
2- Homejoy
São moradias propícias ao entretenimento, à diversão e à receber amigos e família. Uma cozinha hoje, por exemplo, não é somente um espaço para cozinhar e, sim, uma área para socializar com os amigos e família e criar lembranças felizes. Na forma, cores e objetos com histórias também podem contribuir para boas experiências. De acordo com o estudo, 54% das pessoas acreditam que o aspecto mais importante do lar é a capacidade de celebrar e relaxar: precisamos de espaços compartilhados para celebrar a vida e lugares que unam as pessoas para criar memórias duradouras e que as ajudem a amar cada vez mais suas casas.
3- Wellbeing at home
Bem-estar em casa é a tendência da busca por ambientes tranquilos, reconfortantes, para acalmar a ansiedade. Com espaços residenciais adaptados para evocar serenidade.
“Pensando especialmente nos lares que acomodam várias gerações, é preciso ter um equilíbrio entre o social e o privado ambientes que promovam o convívio entre todos os integrantes da casa. Mas que ainda respeitem seus universos particulares”. Explica Marina Crocomo, diretora de Marketing e Design da Dexco.
“Precisamos entender como a casa se reconfigura, já que agora ela é o centro das conexões e muitas coisas podem acontecer dentro dela. De dia ela é escritório, o morador pode trabalhar de qualquer lugar, sentado no sofá, no jardim de inverno da casa ou pode trabalhar no quarto, e à noite ele recebe pessoas para confraternizar no mesmo local”, diz Silveira.
4- Biofilia radical
Biofilia significa o movimento de trazer a vida para dentro de casa. Mas vai além do uso de plantas na decoração: nossa casa é nosso planeta, está tudo interconectado. Dados da YouGov, grupo internacional de pesquisa, mostram que 60% dos consumidores estão dispostos a mudar o estilo de vida para beneficiar o meio ambiente e 89% das pessoas acham importante comprar ou alugar uma casa com eficiência energética.
Hoje em dia, há uma consciência global de que é urgente mudar o foco em relação à casa: de práticas que causam menos danos para soluções que contribuem para ecossistemas mais saudáveis.
“A tecnologia tem sido um importante braço para alcançar os objetivos de preservação de recursos naturais como a água, por exemplo. Produtos como torneiras, bacias, chuveiros economizadores de água e energia, vão bem com os consumidores e, ao mesmo tempo, promovem o bem-estar. Sendo assim, a casa do futuro vai ser uma casa racional, onde a gente vai ter automação e baixa manutenção. Além disso, a água de chuva cada vez mais vai ser reutilizada”, diz Crocomo.
5- Vivendo com fluidez
Essa é a tendência que se relaciona com a adaptabilidade dos espaços, que devem ser multifuncionais, valorizados por móveis versáteis e modulares, com alturas reguláveis, que permitam ajustes ergonômicos e atendam a pessoas de idades e necessidades diferentes.
Segundo o estudo, entre 2012 e 2022, o número de pessoas entre 25 e 34 anos que não saiu de casa aumentou 137% nos Estados Unidos. Uma tendência global por questões de conveniência, reforçada pelas consequências da pandemia. Paralelamente ao crescimento de lares multigeracionais, no Brasil, ocorreu também o aumento de moradias (43,7%) com um único habitante nos últimos dez anos. Aliás, segundo o IBGE o que gerou uma crescente procura por apartamentos cada vez menores.
Aliás, o levantamento diz que o lançamento de apartamentos de até 30 m² cresceu 21% em sete anos na cidade de São Paulo (Fonte: SECOVI-SP).
“Chegou o momento de ampliarmos o olhar para as novas necessidades dos lares multigeracionais. Atendendo gerações com diferentes gêneros, estilos e demandas, em diferentes estágios de vida”, diz Silveira. “Já temos produtos de acessibilidade, como barras de apoio, não só para PCDs. Mas para pessoas com qualquer tipo de limitação. Portanto, queremos que elas possam ter esses produtos com estilo, com o design e a cor que gostam.
Fonte: casacor