Todas as selecionadas pelos estaduais, semifinalistas e finalistas passaram por avaliação virtual até chegar nas cinco que vieram à São Paulo
A apresentadora e empresária Mia Mamede, de 26 anos, representante do Espírito Santo, é a vencedora do Miss Universo Brasil 2022 e conseguiu o feito inédito de ser a primeira capixaba eleita Miss Brasil com a faixa de Miss Espírito Santo em 68 anos de existência do certame que começou em 1954.
Sendo assim, a final do evento ocorreu nesta noite em São Paulo durante um jantar exclusivo para 200 convidados. E foi transmitida ao vivo pela internet.
Aliás, a transmissão do evento contou com etapas como vídeos dos dias do confinamento (provas e atividades). Desfile de biquíni, traje de gala e a tão aguardada etapa das perguntas, crucial para definir a ganhadora.
Todas candidatas responderam a seguinte pergunta: “O Brasil é o quinto país no mundo com maior índice de violência contra a mulher. Como o Miss Universo Brasil, qual a sua responsabilidade social? Com esse tema, o que você pretende fazer para prevenir e combater a violência contra meninas e mulheres brasileiras?”.
A capixaba respondeu: “A minha responsabilidade como miss é ser um exemplo pra outras mulheres e o papel da miss vem evoluindo muito. Desde quando ele foi construído lá 1950. A miss do século 21 ela tem que ser profissional, ela tem que ter uma visão, ela tem que ter um propósito, saber para o que ela veio. Ela é uma miss empoderada. Então, eu quero ser este exemplo pra outras jovens meninas”.
“Eu quero incentivar mais mulheres a pegar reposições de liderança pra que elas possam fazer parte da mudança que a gente precisa desde mudar a educação pra desconstruir o machismo enraizado que nós temos ainda nesse país. E essa educação ela começa em casa, ela é nas escola e ela é sim em mulheres de posições de liderança criando projetos sociais que vão atingir toda a população”, afirmou Mia.
Mia Mamede: a primeira a vencer o Miss Brasil com a faixa de Capixaba
A ordem das classificações ficou em: Mia Mamede (ES) em 1º lugar; Rebeca Portilho (AM) em 2º; Isadora Murta (MG) em 3º; Luana Lobo (CE) em 4º; e Alina Furtado (RS) 5º.
O corpo de jurados foi composto por diversos nomes como a apresentadora Renata Kuerten, a promotora Gabriela Mansur, o cirurgião Gustavo Aquino, o consultor Fabio Arruda, a fotógrafa Ariane Lima, o jornalista e colunista da Folha de S.P. Fabio de Paula, dentre outros.
Mia é a segunda capixaba a vencer o Miss Brasil que leva ao Miss Universo. Mas é a primeira a vencer com a faixa de Miss Espírito Santo. Em 2010 outra capixaba, Débora Lyra, saiu vencedora do concurso, mas por Minas Gerais.
Confinamento: dias de conexão
Entre a divulgação das selecionadas nos estados e o início do confinamento das finalistas, foram menos de um mês até todas representantes do Top 5 chegassem em São Paulo para diversas atividades e provas, na última sexta-feira (15).
As finalistas no hotel em que elas foram confinadas e ocorreram as entrevistas individuais, uma das etapas mais importantes para definir a vencedora. Onde é possível observar suas habilidades de comunicação, oratória, repertório e até domínio de inglês.
O sentimento que todas passaram é de união: “Apesar que só uma vai embora com a coroa, todas nós vamos embora com amizades pelo resto da vida. Porque o que vivemos juntas foi extremamente especial. Foram momentos de reflexão, intimidade, engraçados e vergonhosos, mas a gente viveu tudo isso juntas”, conta a capixaba Mia Mamede, grande campeã.
A gaúcha Alina Furtado estava na sua segunda final seguida — ela foi vice-Miss Brasil Mundo em 2021 — e notou diferença entre um grupo grande e reduzido. “Quando eu estava no Miss Brasil Mundo eram 42 meninas e fomos divididas em grupo, e ainda estava com restrições da pandemia, conheci [parte delas], foi muito bom, mas não deu para se aprofundar foi difícil. Aqui está sendo muito especial pela intensidade de tudo, somos só cinco e estamos vivendo de forma intensa e próxima”, afirma.
“Uma sempre tá ali ajudando a outra, compartilhando ideia, levantando a outra”, complementa a mineira Isadora Murta, que competiu no Miss Universo Brasil 2021. “Só uma vai ganhar esse título, mas nosso objetivo é o mesmo: representar nosso país no Miss Universo. Acredito que somos totalmente capazes disso”, pontua.
“Todas as meninas que estão no Top 5 já têm grandes experiências, experiência em concursos e elas acrescentam algo que às vezes a gente não tem. Isso é ótimo”, diz a amazonense Rebeca Portilho. “É uma sensação única na vida que estou tentando aproveitar de todos modos possíveis, de conhecer todas elas, abraçar, respeitar umas as outras, admirar. É esse tipo de mulher que tem que ter no mundo e as pessoas se inspirar”, avalia a cearense Luana Lobo.
Seleção virtual
Todas as selecionadas pelos estaduais, semifinalistas e finalistas passaram por avaliação virtual até chegar nas cinco que vieram à São Paulo.
” De fato, foi um desafio muito grande passar por várias entrevistas com as meninas online, mas também crescemos e nos adaptamos muito [na pandemia]. A questão do olhar presencial é diferente, online a pessoa sabe sim ali olhar pra câmera ou não, ver quando tem determinada insegurança ao falar, olha pra cima, pra baixo. Dá pra ver isso na câmera como no presencial” avalia a antropóloga e palestrante Carol Colombo.
Junto com a mãe, Romilce Colombo, elas criaram e aplicam um método de comunicação e oratória. “Essa análise [online] passa pelo astral da pessoa. A gente trabalha muito com a questão dos instrumentos de aproximação social. Quais são os instrumentos de aproximação social? Como a pessoa chega, como ela olha, quando ela conversa, como ela sorri, como ela escuta, como ela se importa com o que a gente está conversando com ela”, comenta a professora de oratória Romilce.
“Avaliar Miss é uma missão muito importante porque a gente trabalha com sonhos. Todas as meninas têm sonhos, os sonhos são muito lindos e elas se dedicam demais. Então, precisa ter um cuidado muito grande”, conclui Carol.
Fonte: Uol