Uma nova ameaça de greve de caminhoneiros está pairando no ar. Assim, o Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC) convocou uma paralização dos profissionais para 25 de julho. Ou seja, no dia de São Cristóvão, o padroeiro dos motoristas profissionais do Brasil.
Segundo do CNTRC, o objetivo é protestar contra os constantes reajustes de preço dos diesel. De acordo com comunicado divulgado na sexta-feira (19), os aumentos são abusivos. Bem como “ferem o Código de Defesa do Consumidor”.
Presidente do CNTRC, Plinio Dias, diz que o custo do diesel e dos insumos do caminhão consomem até 70% do valor do frete. “Do dia 1º de fevereiro até agora o preço dos combustíveis não baixou”, diz.
Em 12 meses, preço do diesel subiu 45%
Seja como for, o governo federal vem tentando aplacar os ânimos da categoria. Por exemplo, em maio foi lançado o Gigantes do Asfalto. Ou seja, um pacote de benefícios para os caminhoneiros.
Porém, o preço do diesel não para de subir. Nesse sentido, em 12 meses a alta foi de 45,12%, segundo dados do Índice de Preços Ticket Log.
Por causa disso, houve outras ameaças de greve de caminhoneiros. Uma delas foi marcada para o dia 1º de fevereiro e também tinha apoio da CNTRC.
Greve de caminhoneiros ganha cunho político
Porém, segundo os motoristas o movimento ganhou cunho político. Ou seja, o que prometia ser uma paralisação nacional em prol de toda a categoria se transformou em protestos isolados.
Em março, a CNTRC voltou à carga. Assim, informou que estava avaliando a possibilidade de uma nova greve de caminhoneiros.
Porém, o governo passou a implementar ações para diminuir a insatisfação dos motoristas. Nesse sentido, zerou a tarifa de importação de pneus de carga. Bem como reduziu temporariamente alguns impostos sobre o diesel. Contudo, isso não foi suficiente.
Gigantes do Asfalto não saiu do papel
Portanto, em maio o governo lançou o Gigantes do Asfalto. Ou seja, um programa que atendia as principais reivindicações feitas durante a greve de caminhoneiros de 2018.
Assim, inclui propostas como antecipação dos valores de frete a receber. Bem como mudanças nas regras de pesagem nas balanças em rodovias. Além da criação de linhas de crédito facilitadas para os caminhoneiros.
Porém, nenhuma das medidas entrou em vigor para valer. Além disso, há outras demandas da categoria que não saíram do papel.
Falta de consenso
Por exemplo, uma das mais importantes é a falta de fiscalização do pagamento do valor mínimo do frete. Assim como a possiblidade de contratação do serviço de forma direta, sem intermediações.
Seja como for, não há consenso acerca de uma nova greve de caminhoneiros. Presidente da União Nacional dos Caminhoneiros (Unicam), José Araújo Silva, o China, concorda que alto preço dos combustíveis prejudica toda a categoria.
Porém, ele diz que uma paralização só ocorrerá se houver apoio dos empresários do setor. Da mesma forma, nas redes sociais os caminhoneiros estão divididos.
Fonte: Estadão