A cerimônia, que será aberta ao público, está marcada para o dia 5 de janeiro, na Praça de São Pedro, às 9h30 no horário local
O Papa Francisco presidirá, em 5 de janeiro, o funeral de seu antecessor Papa Bento XVI, que morreu no sábado (31) aos 95 anos, segundo o Vaticano.
“Segundo o desejo do papa emérito, o funeral será feito com a maior simplicidade”, disse o porta-voz do Vaticano, Matteo Bruni.
Aliás, pela primeira vez na história milenar da Igreja Católica, um papa enterrará outro papa. O corpo de Bento XVI ficará exposto a partir de segunda-feira (2) na Basílica de São Pedro para receber o último adeus dos fiéis.
Assim, uma das principais diferenças em relação aos enterros de outros papas é que não haverá o “assento vago” ou a convocação de um conclave.
O que se sabe sobre o funeral do Papa Bento XVI
A partir de segunda-feira (2), o cadáver do pontífice permanecerá à vista de todos, sobre uma sóbria tapeçaria, com paramentos litúrgicos, na Basílica de São Pedro, no Vaticano. Os horários de visitação serão:
- segunda-feira das 9h às 19h (horário local)
- terça e quarta-feira das 7h às 19h (horário local)
Pelas regras da Igreja Católica, o funeral de um papa precisa ocorrer entre 4 e 6 dias após a sua morte. Aliás, a cerimônia, que será aberta ao público, está marcada para o dia 5 de janeiro, na Praça de São Pedro, às 9h30 no horário local.
O papa emérito será enterrado em na cripta na Basílica de São Pedro, conforme informação divulgada pela assessoria de imprensa da Santa Sé.
“O caixão do soberano pontífice emérito será levado para a Basílica de São Pedro e depois para as grutas do Vaticano [que abrigam os túmulos dos papas] para ser enterrado lá”, disse o Vaticano no comunicado.
Conclave e ‘assento vago’
O ritual após a morte de um papa costuma envolver a convocação de um conclave, o que não irá acontecer nesse caso.
Conclave é uma assembleia da Igreja Católica com o objetivo de escolher seu novo líder. Cardeais de todo o mundo se reúnem no Vaticano entre 15 e 20 dias após a morte do papa e se “trancam” na Capela Sistina para o processo de eleição.
A palavra ‘conclave’ vem do latim, ‘cum clavis’, e significa precisamente ‘fechado à chave’. Os cardeias ficam incomunicáveis com o mundo exterior e a votação é feita em segredo e silêncio. O resultado é anunciado para o público por meio da queima dos papéis de votação. Se a fumaça for preta, ainda não tem um resultado. Se for branca, quer dizer que um novo líder foi escolhido.
Esse processo não ocorrerá agora porque já existe um líder, o Papa Francisco. Além disso, ele foi eleito por um conclave após a renúncia de Bento XVI em 2013.
No procedimento convencional, entre a morte de um papa e a escolha de um novo, ocorre o que a Igreja Católica chama de Sede Vacante (em tradução livre: assento vago).
Todos os mais altos cargos do governo da Igreja, isto é, a Cúria Romana, devem se demitir de suas funções quando um papa morre, segundo a Constituição Apostólica promulgada em 1996 por João Paulo II. O único que continua é o camerlengo.
O camerlengo, um cardeal nomeado previamente, assume o controle da Igreja e as funções de um pontífice, mas com poderes limitados. Portanto, ele tem uma função puramente administrativa e só ganha importância na troca de liderança.
Ele é encarregado de gerenciar o Vaticano , de marcar a data do funeral e convocar o conclave. Como o “assento” não ficou vago, pois a Igreja tem um líder vivo, o camerlengo não deve atuar no funeral de Bento XVI. Atualmente o cargo tem ocupação pelo cardeal Kevin Joseph Farrell.
No entanto, a Cúria Romana também não deve ter troca e todos as lideranças deverão continuar ocupando seus postos na administração da Igreja.
Fonte: G1