Embrapa destaca que mercado de óleo essencial tem expectativa de crescimento para os próximos anos
Há 16 anos, o produtor rural Marcelo Yamamura trabalha com lavandas para comercialização e assim como Marcelo, diversos outros produtores rurais encontraram na lavanda uma oportunidade de mercado.
Ele afirma que por conta da demanda dos clientes e por ser um mercado em evidência, decidiu investir na produção de óleos essenciais há 6 meses.
“A demanda é muito grande e representa 1% do faturamento dos nossos comércios”.
O óleo essencial é um líquido que contém elementos voláteis obtidos a partir de plantas e compostos vegetais, como cedro, laranja, eucalipto e lavanda.
De acordo com a Embrapa (Empresa de Pesquisa Agropecuária), o Brasil é um importante ator na cadeia de produção e comercialização de óleos essenciais, já que oferta esse tipo de insumo ao mercado internacional há quase 100 anos.
O mercado deste produto é extremamente valorizado, porque atua no ramo dermocosmético, alimentício e de perfumaria, segundo o consultor em agronegócio José Carlos de Lima Junior.
A Embrapa ainda destaca que há expectativa de crescimento estável de mercado de óleo essencial ao longo da década de 2020 e, dentre os setores de aplicação, o de aromaterapia tem se destacado.
Lavanda produtores rurais
A aromaterapia consiste em uma antiga ciência de misturar óleos essenciais para equilibrar, harmonizar e promover a saúde do corpo e da mente, segundo a Internation Federation Aromatherapistis.
Os aromas dos óleos essenciais liberam partículas que estimulam as células nervosas. Segundo especialistas, ao inalar os aromas, os canais olfativos mandam um sinal para o sistema nervoso, que reage modificando o humor da pessoa.
Para a produção de óleos essenciais, além do volume de cultivo ser maior (para se produzir um óleo essencial é preciso uma maior quantidade de flores do que para se fazer um buquê ou vaso, por exemplo), há uma série de procedimentos, cuidados e processos com custos até mesmo superiores ao mercado de flores tradicionais.
Em contrapartida, José Carlos afirma que a rentabilidade para o produtor rural é mais atrativa, tornando o mercado mais interessante.
“Diferentemente da lógica de decoração, quando a lavanda é utilizada para fins dermocosméticos ou de aromatização, você vai ter outros elementos acrescidos para poder fazer o produto final, o que encarece.
Ou seja, a lavanda se torna a matéria prima, enquanto, o óleo essencial representa o principal produto”, disse o consultor em agronegócio.
José Carlos conclui que “o valor agregado é muito superior porque você irá para um mercado que remunera e vende bem. Além disso, o mercado de óleo essencial sempre existiu e está crescendo, porque a demanda
também está crescendo. Por isso, o produtor que pretende entrar ou investir nesse novo negócio vai ter que repensar o seu sistema de produção”.
Fonte: tudoep