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O presidente da França, Emmanuel Macron, escolheu a ministra do Trabalho Elisabeth Borne como sua nova primeira-ministra

Elisabeth Borne é escolhida como nova primeira-ministra da França

Macron escolhe a ex-ministra do trabalho, nesta segunda (16)

O presidente da França, Emmanuel Macron, escolheu a ministra do Trabalho Elisabeth Borne como sua nova primeira-ministra. Entretanto, é a segunda vez em trinta anos, que uma mulher consegue o cargo. O presidente se prepara para as eleições legislativas em junho.

Contudo, no início do dia, o primeiro-ministro Jean Castex apresentou sua renúncia. Abrindo, dessa forma, caminho para uma reforma de gabinete, logo após a reeleição do presidente em abril.

Dessa forma, Macron precisa mostrar que ouviu as frustrações dos eleitores, que foram expressas pela baixa participação no pleito. Na busca por apoio à extrema direita e à extrema esquerda, procurou uma primeira-ministra com credenciais de política verde e social.

Aliás, tal perfil pode ajudar a combater o desafio montado pelo veterano de esquerda Jean-Luc Melenchon. Pois, ele conquistou um forte terceiro lugar na eleição presidencial. Dando-lhe a oportunidade de reunir uma ampla coalizão de partidos de esquerda. Sobretudo, nas eleições parlamentares de 12 a 19 de junho.

Borne, 61, será a primeira mulher nomeada como primeira-ministra desde Edith Cresson. Aliás, Cresson ocupou brevemente o cargo durante a presidência do líder socialista François Mitterrand. Isso se deu no início dos anos 1990.

“Era realmente hora de haver outra mulher (nessa posição). E, eu sei que a senhora Borne é uma pessoa notável, com muita experiência. Acho que é uma escolha muito boa”, disse Cresson à televisão BFM.

“Ela é uma verdadeira viciada em trabalho”

Burocrata de carreira e de fala mansa. Elisabeth Borne, serviu a vários ministros do Partido Socialista. Sobretudo, antes de ingressar no governo de Macron. Ela teve um breve período como ministra do Meio Ambiente em 2019. Borne impulsionou políticas favoráveis ​​​​à bicicleta.

Ela então assumiu o Ministério do Trabalho. E dessa forma, supervisionou as negociações com os sindicatos. As mesmas resultaram em corte nos benefícios de desemprego. Sobretudo, para alguns candidatos a vagas de emprego.

Assim sendo, sob seu comando, o desemprego caiu para o nível mais baixo em 15 anos. Assim, o desemprego entre os jovens para o nível mais baixo em 40 anos.

Entretanto, o profundo conhecimento de Elisabeth Borne, a primeira-ministra, sobre o funcionamento do Estado, ajudará Macron. Sobretudo, a realizar as reformas mais difíceis. Ela terá a tarefa de encarar os poderosos sindicatos da França. E, dessa forma, supervisionar sua promessa eleitoral mais contestada: aumentar a idade de aposentadoria.

“A senhora Borne é contra o aumento do salário mínimo. Bem como, a aposentadoria aos 65 anos. Aqui vamos nós para uma nova temporada de maus-tratos sociais”, disse Melenchon no Twitter.

Borne é uma tecnocrata discreta. Ela nunca concorreu a um cargo público. Sempre poliu suas credenciais como negociadora de aço contra os sindicatos. Isso, durante o primeiro mandato de Macron.

Ela resistiu a semanas de greves e manifestações. Isso, quando ocupava o cargo de ministra dos Transportes em 2017. Nesse tempo, conseguiu acabar com um generoso sistema de pensões e benefícios para os trabalhadores ferroviários da SNCF.

“Ela é uma verdadeira viciada em trabalho. Trata-se de alguém que pode trabalhar até as 3 da manhã e voltar às 7 da manhã”, disse um ex- funcionário de Borne.