O setor de vestuário é mais barato, mas nem tanto quanto outros itens
A situação da economia na Argentina piora a cada dia. Segundo o Indec (Instituto Nacional de Estatísticas e Censos), a inflação no país em junho foi de 5,3%. O acumulado dos últimos 12 meses é de 64%. O câmbio também sofre, e o peso argentino está desvalorizado.
Brasileiros que visitam o país têm a sensação de estarem quase ricos, conseguindo comprar produtos por preços muito menores do que aqui. Um prato feito popular custa em torno de R$ 8 e uma pizza grande, cerca de R$ 22.
Por que o real está valorizado na Argentina?
Em virtude da crise financeira, o governo da Argentina toma medidas para evitar que o câmbio se desvalorize muito e prejudique os números da economia. Portanto, na cotação oficial, R$ 1 equivalia a 25,21 pesos argentinos no final de julho.
Só que no país há um câmbio paralelo. Bancos e empresas como a Western Union, fazem legalmente o serviço de câmbio paralelo. O valor de R$ 1 no fim de julho era equivalente a 59,44 pesos argentinos. Ou seja, mais que o dobro da cotação oficial do país.
No caso da Western Union, o câmbio utilizado é o chamado blue chip swap, que é o destinado a transações correntes na Argentina — ou seja, reflete um valor real da moeda americana, no dia da definição da troca, e não um número fixado pelo governo, como ocorre no caso do câmbio oficial.
Você pode fazer a troca cambial com pix, enviando reais para a Western Union e sacando em pesos em uma das lojas da empresa na Argentina. Além disso, as taxas cobradas são: 3% do valor da transação e 1% de imposto federal. Desse modo, há um limite de envio mensal de R$ 6.000.
É arriscado usar o câmbio paralelo? No entanto, é importante destacar que há empresas legalizadas que fazem esse serviço. Entretanto, o turista que for para a Argentina precisa ficar atento para não cair em golpes aplicados por cambistas na rua, que podem passar notas falsificadas.
Quais as diferenças de preços devido a economia da Argentina ?
Com base no câmbio praticado pela Western Union, a pesquisa para ver se realmente consumir na Argentina é mais barato que no Brasil. A resposta é sim —e em diversos segmentos. Veja exemplos a seguir:
Alimentação: Em Buenos Aires, o preço médio de um Bic Mac é 620 pesos, equivalente a R$ 10,43. Aliás, é um pouco mais barato do que o produto encontrado no Rio de Janeiro, que sai a R$ 12,90.
No Subway, um pedido de frango com cheddar, de 30 cm, em Rosário, custa 1.310 pesos, ou R$ 22,04. Já em uma franquia de São Paulo, o valor é R$ 36,30.
Segundo sites especializados em viagens, um prato feito no país sai em média por 500 pesos, equivalente a R$ 8,41. A depender da cidade em que estiver, esse preço pode ser maior. Os tradicionais vinhos argentinos custam, em média, R$ 18 nos restaurantes de Buenos Aires.
Um cachorro-quente, em média, custa R$ 2,20. E uma pizza grande é encontrada na faixa de R$ 22. Sendo assim, boas opções para comer junto da família.
Transporte público: O metrô também fica mais em conta. Para usar o transporte, é preciso comprar o cartão SUBE, que custa 90 pesos (R$ 1,51). Cada viagem sai por 30 pesos (R$ 0,50), valor bem abaixo do praticado nas principais capitais brasileiras. Em São Paulo, a passagem custa R$ 4,40.
Se não quiser experimentar o transporte público, locomover-se por aplicativo também é barato. Uma corrida entre o Aeroporto Internacional de Buenos Aires e o Obelisco, no coração da capital argentina, custa 2.740 pesos (R$ 46,10). A distância entre os dois lugares é de 32 quilômetros.
Uma corrida por aplicativo do aeroporto de Guarulhos para o aeroporto de Congonhas, ambos em São Paulo, sai por cerca de R$ 84. Assim, a distância entre eles é de 34 quilômetros.
Entretenimento com a economia da Argentina
Passeios: Há museus gratuitos e outros que cobram a entrada. Assim, o museu do Boca Juniors, que contempla a visita ao Estádio La Bombonera, custa para visitante estrangeiro, 1.100 pesos (R$ 18,51). As crianças pagam menos, 700 pesos (R$ 11,78). Assim como, esse é o mesmo valor para quem for visitar o Museu de Arte Latinoamericano.
O Museu do Argentinos Juniors, que conta parte da história de Maradona, tem entrada de 500 pesos (R$ 8,41). Menores de 12 anos não pagam para entrar. O ingresso no Museu do Futebol, no estádio do Pacaembu, em São Paulo, custa até R$ 20.
O valor de 500 pesos é o mesmo para entrar no Museu de Buenos Aires, que conta a história e a cultura da capital argentina.
Futebol: Aliás, para quem é apaixonado por futebol, ir a lojas oficiais de Boca Juniors e River Plate também é interessante. As camisas custam entre R$ 235,51 e R$ 252,33. Ambos os times são patrocinados pela Adidas. Para efeito de comparação, as camisas de Flamengo e Atlético-MG, também patrocinadas pela Adidas, custam R$ 299,99 na loja oficial da empresa de material esportivo.
Com R$ 100 na loja do Boca, por exemplo, você consegue comprar uma tábua de picar carne, um abridor de latas, uma bacia para alimentar pets, quatro garrafas de água e uma toalha de rosto. Contudo, na do River, com o mesmo valor, você consegue comprar a tábua de picar carne, a garrafa de chimarrão, um gorro e um abridor de lata.
Roupas: O setor de vestuário é mais barato, mas nem tanto quanto outros itens. Em uma loja Renner em Córdoba, um dos destinos turísticos mais visitados, o preço de uma calça jeans preta masculina chega a R$ 103,95. Todavia, no Brasil, em uma loja da mesma empresa, o valor varia entre R$ 119,90 e R$ 139,90, a depender do modelo.
Fonte: uol