No ano passado, o setor vendeu o maior montante de sua história, registrando uma receita de R$ 205,1 bilhões; expectativa é de alta devido à baixa taxa de desemprego e pelo desempenho do varejo físico até aqui
Impulsionado pelo aquecimento do varejo, o E-commerce eletrônico brasileiro deve superar o recorde de vendas em 2024, de acordo com estudo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). No ano anterior, o setor vendeu o maior montante de sua história, registrando uma receita de R$ 205,1 bilhões.
A expectativa se dá pela baixa taxa de desemprego e uma elevação das receitas do varejo físico no primeiro semestre de 5,1%. Em 2023, apesar da marca histórica, a expansão anual do setor foi de apenas 0,2%.
A avaliação pontua que o crescimento impactado pela conjuntura econômica, com destaques a inadimplência de 24% das famílias paulistanas e a alta taxa de juros.
Conforme a análise da federação, o período da pandemia representou o ponto de virada para o e-commerce, quando em 2020 o setor aumentou o faturamento em 80,9% em comparação com 2019. A diminuição no prazo de entrega e a democratização do acesso ao cartão de crédito também estimularam o crescimento do mercado.
Os dados do relatório ainda mostram que São Paulo o maior mercado no comércio eletrônico. No ano passado, 32% de toda a movimentação do setor registrada no Estado. Minas Gerais e Rio de Janeiro completam o pódio do estudo.
Consolidação E-commerce brasileiro
É significativo que, há sete anos, esse montante era quatro vezes menor (R$ 53 bilhões em 2016, considerando a inflação). Tão relevante quanto o fato de o e-commerce ter consolidado a própria posição no varejo nacional, representando o equivalente, atualmente, a 6,9% de todas as vendas desse imenso setor que dinamiza a economia do País e tem força relevante na composição do Produto Interno Bruto (PIB). Sete anos atrás, esse porcentual era de 2,4% [gráfico 2].
O smartphone foi o produto campeão de vendas de 2023, com um volume de compras de R$ 10,8 bilhões no setor. Esse valor quase o dobro da segunda mercadoria mais adquirida pela internet no ano (livros e impressos semelhantes), somando R$ 6,7 bilhões. Na sequência, estão aparelhos de televisão (R$ 5,6 bilhões) e geladeiras (R$ 5,3 bilhões).
O estudo produzido com base em uma série de relatórios de transações de notas fiscais do Observatório do Comércio Eletrônico Nacional — ligado ao Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Serviços e Comércio (MDIC) —, no IBGE e em números coletados pela própria FecomercioSP
Na análise da Federação, a pandemia de covid-19 foi um momento definitivo para o salto do comércio eletrônico.
E-commerce brasileiro
Em 2020, por exemplo, o setor aumentou o faturamento em 80,9% em comparação ao ano anterior — último antes da crise sanitária. Foi uma elevação quase quatro vezes maior do que a registrada entre 2018 e 2019. Desde então, o e-commerce sustentou esse avanço das receitas, ainda que não na mesma velocidade. O ano de 2023 o segundo em que o volume total ficou acima dos R$ 200 bilhões.
Mas não só isso: segundo a Entidade, fatores que, antes, exerciam um papel decisivo no reforço da preferência dos consumidores pelo varejo físico como o longo prazo de entrega dos produtos comprados online, a insegurança em disponibilizar dados bancários na internet e o próprio acesso da população à modalidade do cartão de crédito superados.
As empresas do e-commerce diminuíram substancialmente esses intervalos logísticos, às vezes entregando os itens no mesmo dia da compra, e criaram estruturas financeiras mais confiáveis para pagamentos. Em paralelo, o cartão assumiu lugar importante no orçamento das famílias brasileiras.
Fonte: infomoney