O grupo realizou uma pré-inauguração como parte das comemorações dos seus 15 anos de trajetória
Em 2024, quando os integrantes do Brô MC’s de Dourados haviam acabado de retornar de Nova York, uma das metas era conseguir finalizar o primeiro estúdio construído em uma aldeia. Na época, um dos grandes entraves era a falta de água na Aldeia Jaguapiru, mas após uma série de protestos, a questão vem sendo resolvida. Com isso, o sonho dos músicos se tornou realidade e o estúdio nasceu.
“Estamos muito felizes com isso e com o resultado durante essa caminhada toda, de estar abrindo as portas do estúdio para talentos que têm aqui na aldeia e para os rezadores tradicionais virem gravar suas músicas”, resume Bruno VN, integrante do grupo, sobre o sentimento de finalizar o novo espaço em Dourados.
A alegria e o orgulho dividem espaço principalmente pela sequência de vitórias durante os 15 anos de existência do Brô. Apesar de divulgarmos apenas agora, realizamos a pré-inauguração do local no dia 21 de dezembro de 2024.
Por lá, houve uma confraternização ao lado da comunidade, familiares e artistas de Mato Grosso do Sul. Tudo para registrar o momento do Ayvú Records com apoio do Instituto Alok.
“O projeto, que começa com gravações, oficinas e vivências artísticas, acontece na Aldeia Jaguapiru, onde vivem os povos guarani, kaiowá e terena, sendo considerado o primeiro estúdio de música construído em uma reserva indígena no Brasil”, destaca a equipe do grupo.
Estúdio é oportunidade para outros indígenas trabalharem
Nas palavras de Kelvin Mbarate, o espaço tem como foco garantir que outros indígenas tenham oportunidade de começar a trabalhar. “Isso para a nova geração não só na música, mas também como forma de proteger a língua e a cultura em si”, diz o artista.
Clemerson Batista também se sente mais feliz ao pensar que o grupo continua ativo, apesar de tantas dificuldades. Sabendo do caminho bastante complicado, ele celebra que ninguém resolveu desistir.
“Estamos aí na luta e a gente ainda vai lutar mais para que Brô MC’s alcance vários artistas indígenas”, completa.
Sobre a questão da falta de água, em dezembro, o Governo do Estado assinou contrato para perfuração de dois poços artesianos na reserva indígena de Dourados. O decreto definiu que as aldeias Bororó e Jaguapiru receberiam os poços imediatamente.
Fonte: Gov.MS