O dólar fechou em alta de 1,13%, cotado a R$ 5,6538, devido a preocupações com a política fiscal e ao fortalecimento da moeda no exterior
Dólar ultrapassa a barreira dos R$ 5,65 encerrou a sessão no maior valor em dois anos e meio, com profissionais do mercado citando novamente o desconforto com a política fiscal como principal motivo para a valorização da moeda, em um dia marcado ainda pelo avanço da divisa dos Estados Unidos no exterior.
Dessa forma, a moeda norte-americana encerrou o dia cotada a R$ 5,6538 na venda, em alta de 1,13%. Este é o maior valor de fechamento desde 10 de janeiro de 2022, quando encerrou em R$ 5,6723.
Por exemplo, em 2024, a divisa acumula uma elevação de 16,53%. Às 17h06, na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 1,02%, a R$ 5,668 na venda.
Por isso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que quem quer o Banco Central autônomo é o mercado, acrescentando que o próximo presidente da autarquia olhará o Brasil da forma que o país realmente é, e não do jeito que o mercado financeiro fala.
Lula afirmou em entrevista à rádio Princesa, de Feira de Santana (BA), que não dá para o presidente do BC — a quem se referiu como “cidadão” — ser mais importante que o presidente da República.
Dólar ultrapassa valor
“Eu estou há dois anos com o presidente do Banco Central do (ex-presidente Jair) Bolsonaro, não é correto isso”, afirmou, ponderando que a autonomia do BC foi aprovada pelo Congresso e será respeitada.
“Eu tenho que, com muita paciência, esperar a hora de indicar o outro candidato, e ver se a gente consegue… ter um presidente do Banco Central que olhe o país do jeito que ele é, e não do jeito que o sistema financeiro fala”, acrescentou.
Contudo, o presidente afirmou que preza pela responsabilidade fiscal e que inflação baixa é sua obsessão, usando como exemplo a decisão do governo de manter a meta para a evolução dos preços em 3%.
Após criticar o fato de um governante vencer as eleições sem ter o poder de indicar o comando do Banco Central, Lula voltou a fazer reclamações sobre o nível dos juros básicos no país.
“O que você não pode é ter um Banco Central que não está combinando adequadamente com aquilo que é o desejo da nação. Mas, não precisamos ter política de juro alto neste momento, a taxa Selic a 10,50% está exagerada”, disse.
Sendo assim, o Lula tem criticado reiteradamente a atuação do Banco Central, também fazendo ataques ao atual presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, que tem mandato até o fim deste ano.
Fonte: forbes