Dólar cai e Ibovespa sobe, marcando o fechamento do semestre
O dólar cai (30) fechando o pregão, enquanto isso, o Ibovespa sobe. O dólar acumulou baixa no mês de junho, no fechamento do segundo trimestre e, consequentemente, nos primeiros seis meses do ano. O Ibovespa subiu, conforme os investidores seguiam de olho nas negociações comerciais dos Estados Unidos com seus parceiros, com dados econômicos no Brasil também no radar.
Fechando em queda de 0,88%, a R$ 5,435 (30), o dólar acumula perda ante o real de 12% no semestre. Nos últimos três meses, a baixa registrada foi de 4,76%. Na comparação de junho e maio, a baixa foi de 4,99%.
Já o Ibovespa, que fechou em alta de 1,45% no dia a 138.854,6 pontos, acumula alta de 15,55% nos seis meses até agora. No segundo trimestre, a alta foi de 6,7%. Em junho, de 1,43%.
Os movimentos do real nesta sessão tinham como pano de fundo a baixa volatilidade da moeda norte-americana no exterior, uma vez que os investidores seguravam suas apostas antes da divulgação de uma série de dados nesta semana e enquanto avaliam o atual cenário das disputas comerciais.
Cenário externo
Enquanto o dólar cai e o Ibovespa sobe no cenário interno, no cenário externo, em relação ao comércio, os mercados entram (30) na última semana completa antes do prazo para o fim da pausa nas tarifas abrangentes dos EUA em julho. Entretanto, o presidente Donald Trump ainda não fechou acordos comerciais com seus principais parceiros. Entre eles, destacam-se o Japão e a União Europeia.
Por outro lado, em um sinal positivo, o Canadá revogou seu imposto sobre serviços digitais voltado para empresas de tecnologia dos EUA (29). Aliás, essa decisão foi tomada poucas horas antes de o imposto entrar em vigor. Assim, o país tenta avançar nas negociações comerciais.
Destaque da semana
Na frente de dados, o destaque da semana será a publicação do relatório de emprego de junho nos EUA. O documento será divulgado na quinta-feira. Portanto, os agentes buscam sinais de enfraquecimento no mercado de trabalho. Caso isso ocorra, pode impulsionar as chances de cortes na taxa de juros pelo Federal Reserve.
Nos últimos dias, operadores têm elevado as apostas em reduções de juros pelo banco central dos EUA. Isso ocorre em razão dos dados moderados de inflação. Além disso, há maior pressão de Trump sobre a instituição para retomar o afrouxamento da política monetária.
Um dado fraco para a criação de empregos em junho pode gerar ainda mais expectativa por cortes de juros, o que favorece o real e outros pares do dólar. No momento, operadores projetam um corte de juros em setembro.
“Ainda consideramos um corte em julho prematuro, dado o intervalo de um mês até a próxima reunião. No entanto, dependendo dos dados disponíveis, o início do ciclo de afrouxamento, que esperávamos anteriormente para dezembro, pode ser antecipado para setembro”, disseram analistas do BTG em relatório.
O índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, subia 0,09%, a 97,280.
Cenário no Brasil
Na cena doméstica, o foco do mercado estava em torno de dados. O Banco Central informou (30) que a dívida pública bruta do Brasil subiu menos do que o esperado em maio, quando o setor público consolidado brasileiro apresentou déficit primário menor do que a expectativa.
A disputa pela definição da Ptax de fim de mês e trimestre pode afetar a volatilidade do pregão. Calculada pelo Banco Central com base nas cotações do mercado à vista, a Ptax serve de referência para a liquidação de contratos futuros.
Na semana passada, operadores relataram à Reuters um fluxo maior na saída de dólares do país. Isso ocorreu, principalmente, com a aproximação do fim do trimestre e, ainda, após a derrubada pelo Congresso das novas alíquotas impostas pelo governo para o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O dólar à vista fechou em baixa de 0,28% (27). Assim, a cotação ficou em R$ 5,4831.
Além disso, analistas consultados pelo Banco Central reduziram, pela quinta semana consecutiva, a projeção para a inflação brasileira neste ano. O Focus mostrou que a expectativa para a inflação, medida pelo IPCA, é de 5,20% ao fim deste ano. Ou seja, esse valor está acima da previsão de 5,24% na pesquisa anterior.
Fonte: cnn