Ensinar educação financeira para as crianças desde cedo pode ser uma forma delas se tornarem adultas que tomam decisões melhores
Criança não entende a dinâmica do dinheiro. Vale buscar entre as memórias gostosas que a infância traz, talvez umas férias na praia com a família… ou um brinquedo que você esperou o ano todinho pra ganhar. Sabe-se que tudo aquilo é maravilhoso, mas o valor monetário ou como foi adquirido nem se imagina como se dá esses caminhos. Na verdade, poucas crianças tem essa preocupação ou noção.
Uma coisa que não ensinam pra gente é que boa parte da nossa relação com o dinheiro é formada justamente nessa fase. E ensinar educação financeira para as crianças desde cedo pode ser uma forma delas se tornarem adultas que tomam decisões melhores.
A dúvida que não quer calar, quando começar a falar do tema e a melhor forma?
O melhor presente que se pode dar a uma criança é ensiná-las a construir uma vida de qualidade. No Dia das Crianças, vamos dar dicas valiosas que podem mudar o futuro financeiro de uma pessoa.
Criança pequena gosta de aprender
Lembra do primeiro contato com essa coisa chamada finanças? A primeira vez que um adulto te mostrou como juntar as moedas para pagar o pão na padaria, talvez um cofrinho para poupar dinheiro para um brinquedo… Lembra quando e onde? Quem foi? Ou a primeira vez que um adulto explicou que aquilo que você estava pedindo não estava no orçamento ou era muito caro? Como foi isso para você?
Em um estudo da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, os pesquisadores descobriram que as crianças formam boa parte de seus hábitos financeiros até os 7 anos de idade. Parecem coisas pequenas, mas esses momentos são formadores da personalidade.
Outro estudo, do Banco Central do Brasil, realizado entre 2010 e 2019, mostrou que jovens que tiveram aulas de educação financeira (em um projeto piloto com 17 meses de duração) tendem a usar menos o cheque especial e o crédito rotativo do que os que não participaram do projeto.
Dinheiro e criança. A verdade é que a maioria dos jovens e crianças tem uma relação irreal, distorcida com o dinheiro. E isso se torna hábitos.
Cerca de 47% dos jovens entre 18 e 24 anos não têm controle sobre as próprias finanças, mesmo quando têm renda própria, de acordo com uma pesquisa do CNDL com o SPC Brasil.
Mas como vão aprender, se não for ensinado? Por isso, os pesquisadores sugerem algumas táticas para incluir a meninada nos papos sobre dinheiro de um jeito suave. E, como muita coisa, o melhor método, segundo eles, é ensinar pelo exemplo.
Criança brincando de dinheiro
É no dia a dia que se mostra a realidade financeira de uma família. As tarefas cotidianas são o melhor jeito de ir mostrando os valores das coisas. A ida ao supermercado pode ser um bom momento de aprender a escolher produtos e preços, discutindo-se o que cabe e o não cabe no orçamento, mostrando os ítens que estão caros e o que estão dentro do orçamento. O que se pode e o que não se pode comprar.
Não subestime o poder da prática. Ensina-se, entretanto, o registro mental ficará por conta do aprendizado prático. Entregue vez ou outra, uma quanti em dinheiro para que as crianças exercitem a ação do pagamento das coisas. A quantia de dinheiro, a conta, a troca da mercadoria pelo dinheiro. Essas relações e cálculos, nem sempre é claro para eles.
Guardar ou poupar é tão importante quanto gastar. É preciso demonstrar a importância de guardar aliada a um objetivo futuro. Estimule essas compras maiores que dependem de economias, e ensine a poupar para um passeio ou brinquedo, por exemplo.
Responder às crianças o básico sem complicações
Brincando de gente grande. Jogos de tabuleiro e videogames ajudam a aprender sobre finanças. A conselheira financeira Stephanie Mackara, autora do livro “Money Minded Families” diz que este é um ótimo jeito de introduzir o assunto. Os conceitos aprendidos nos jogos ajudam a entender causa e efeito, permitem cometer erros e a entender a recompensa por boas escolhas. Separar periodicamente tempos, na semana, para jogos desse tipo para que a criança aprenda a lidar com dinheiro de forma lúdica.
Finalmente, estimule as perguntas, mas responda adequando ao nível de compreensão da idade. A regra é ser simples sem ser superficiais. Os frutos desse investimento na educação financeira deles virão. Provavelmente, se tornarão pessoas com vidas organizadas econômicamente e cheias de projetos realizados.
Ft: Nu